Praga (2)
23/01/2017 19:07 - Atualizado em 23/01/2017 19:07
Como relatado em matéria anterior aqui, parece que começou (abaixo) movimento contra as pragas dos pipocas - pessoas que correm sem inscrições, bebendo e comendo sem pagar à prova - que tem a cada dia crescido mais. Como organizador de provas e (ex) corredor, sei do estrago que causam. Bons treinos!
ALÉM DA PIPOCA
São Sebastião: corredores com nº de peito falso serão encaminhados à polícia
POR VICTOR COSTA20/01/2017 04:30
O Globo/Foco Radical
Pipcas Running / O GloboFoco Radical
Duas corredoras utlizam o mesmo número (1151) na São Sebastião, em 2015 | Foco Radical
Em 2015, a organização da São Sebastião contou, pelo menos, oito corredores com o mesmo número de inscrição (1151) na prova. Alguns não fizeram a menor questão de se misturar. Pelo contrário, correram lado a lado sem se inibir com a fraude. Os organizadores, que fizeram a investigação após a prova através de fotografias, ficaram surpresos.
Eles já estão acostumados com intrusos no percurso, mas tanta gente utilizando o mesmo número de inscrição espantou até quem já acompanha há mais de vinte anos as provas de rua no Rio.
Para evitar fraudes na edição deste ano — que acontece nesta sexta-feira, às 7h30m, no Aterro do Flamengo. Os percursos são de 5km e 10km —, a organização tomou medidas mais duras.
— Vamos colocar pessoas no funil (alguns metros antes da linha de chegada) para tentar identificar corredores que estejam utilizando o mesmo número. Pela primeira vez, tomaremos medidas mais duras. Quem for pego será encaminhado para a polícia — alerta Carlos Sampaio, sócio-diretor da Spiridon, que organiza a São Sebastião e a Maratona do Rio. — Vamos ter, como de costume, policiamento na prova, que vai nos ajudar nesse processo. Na delegacia, o delegado vai investigar e ver em qual crime a pessoa pode ser enquadrada. Tem alguns: estelionatário, fraude, formação de quadrilha
Este funil foi criado para tirar os que são conhecidas no mundo da corrida como “pipoca”: pessoas que não pagaram a inscrição, mas aproveitam as interdições e o percurso da prova para correr. Estes, no entanto, são facilmente identificáveis, pois não carregam inscrições nem falsificam ou copiam nada.
— Já estamos acostumados com o “pipoca”. Identificamos fácil. O problema vai além do pipoca. Quando a pessoa falsifica, copia o número de inscrição e passa pelo funil... Ela consegue pegar medalha e o kit, que são destinados a quem pagou pela prova — explica João Traven, sócio de Sampaio na Spiridon. — Em 2015, foram pelo menos oito com o mesmo número. Não sabemos se tem alguém revendendo os números, se são apenas corredores que tiraram uma cópia do número de alguém que se inscreveu. Isso cabe à polícia investigar.
RECLUSÃO DE UM A CINCO ANOS
Advogados consultados pela reportagem afirmam que utilizar informação inverídica (número de peito falso) para obter vantagem (pegar medalha e kit pós-prova) caracteriza estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro, com pena de um a cinco anos de reclusão. No entanto, para ser enquadrado neste crime é preciso que fique provado que o réu falsificou o número de inscrição com o objetivo de pegar a medalha.
Mesmo que não haja a intenção de obter vantagem, o corredor com número falso pode ser enquadrado no artigo 298, que diz respeito à falsificação de documentos, e no 304, sobre o uso de documento falso. Ambos também preveem reclusão de um a cinco anos.
Os organizadores, no entanto, reconhecem que identificar pessoas com o mesmo número (em meio aos cinco mil corredores que estão sendo esperados para o evento) talvez não seja humanamente possível no momento da prova. Mas acreditam que maior fiscalização e encaminhamento para a polícia vão inibir novas fraudes.
Fonte: O Globo

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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.