Frases nem tão soltas
Cândida Albernaz
Alguns segundos que vivemos levam uma eternidade para se deixar esquecer.
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Então posso escolher abrir o portão e descobrir que onde parecia ter apenas mato, havia flores.
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Não gosto de me rasgar. Nunca soube costurar.
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Nunca se dê a alguém por menos do que por amor.
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Às vezes as palavras me fogem e fica apenas o sentir gritando nos olhos.
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Ontem jurava que seria nunca mais. Hoje afirma que para sempre não mais.
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Quero que me balance bem forte, para que eu possa ir tão alto que toque as nuvens. Preciso ter certeza de que são feitas de algodão.
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Vou deixando flores por onde passo, para que não me perca no caminho de volta.
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Vivo buscando não sei o que de não sei onde e não canso nunca.
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Fujo de quem se diz muito bonzinho. Ninguém é.
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Bebo uma taça de tinto ou duas e fico comigo me fazendo companhia. Converso com o corpo e sinto a pele me acarinhando.
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Algumas vezes nos escondemos tão dentro de nós que mesmo procurando não conseguimos nos achar.
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A rotina é nosso pior inimigo quando queremos esquecer.
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Eu escrevo, eu leio, eu escrevo, eu leio. Vivo em um mundo encantado? Gosto de mundos encantados.
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No meio do mato flores nascem como se importantes fossem. Importantes são enquanto flores. Do mato.
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Por que no meio de uma noite deixo de ser borboleta e viro lagarta outra vez?
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Muitas vezes peço que meus pensamentos se calem, mas parecem fazer questão de fingir não ouvir.