Artigo Exclusivo Charles Ferreira Machado* Confesso que particularmente vivo um momento de muita apreensão e reflexão. Posto que, após um período de forte regime militar com restrições às liberdades e garantias individuais e coletivas, com o advento da constituição de 1988 tinha a esperança de que fossemos nos transformar finalmente no país do futuro, uma verdadeira democracia. No entanto, não é o que se apercebe. Somente na data de hoje é preciso registrar dois graves quadros contra à ordem pública: a uma, a pirraça do Presidente de Senado da República Renan Calheiros em afrontar uma ordem emanada da Suprema Corte deixando de cumprir uma ordem judicial, demonstrando de forma abjeta seu desprezo pelas instituições democráticas. A duas, a praça de guerra em que se transformou o centro do Rio de Janeiro, em nada devendo para locais onde a anarquia impera. De certo que a lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem-intencionados transformam-se diariamente em agentes de injustiça, porém, é preciso valer-se da própria lei para corrigir às distorções, sob pena de retornarmos à barbárie. Como bem dito pela Ministra do STF Carmem Lúcia, o escárnio venceu o cinismo, não podemos trilhar esse caminho não obstante os péssimos exemplos acima nominados, sob pena de desvirtuamento do estado democrático de direito, sem dúvida, a melhor forma de convívio em sociedade. Ou vivemos realmente sob o império das leis, ou caminharemos para a desobediência civil com suas maléficas e inimagináveis consequências. Pense bem e escolha o melhor caminho, mais ainda, divulgue sua escolha para demonstrar de que lado você realmente está. Charles FM - Advogado