Um Natal sem preço e sem etiqueta...
bethlandim 26/12/2016 07:54

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Em Nova York aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que o sujeito desce na estação do metrô, vestindo jeans, camiseta e boné. Encosta-se próximo à entrada. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali na hora do rush matinal. Mesmo assim, durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram a bagatela de mil dólares...

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Em uma casa no alto de uma montanha com muita nebulosidade morava um senhor bondoso, com cabelos grisalhos e encaracolados, olhos verdes, pele clara, rosto com traços delicados e expressivos. A casa era “decorada” pela generosidade dessa doce criatura. Toda pintada na cor ocre, as janelas eram feitas de madeira em formato de pequenos corações entrelaçados, as cortinas tinham a transparência para que a luz do dia invadisse a sua alma de amor, os quartos eram pequenos e cheios de lembranças... os tapetes macios faziam as pegadas das suas botas serem suaves, sem ruídos nenhum, os únicos sons possíveis de serem ouvidos eram os dos pássaros gorjeando nas manhãs cobertas pela névoa, nas quais o céu aos poucos se abria mostrando toda a sua beleza com o seu azul radiante. O senhor era um colhedor de trigo. No meio de tanto trigo, as inúmeras flores, pelas quais a casa era cercada, os miosótis, as flores do campo, os ipês, as dálias, todas elas com suas cores vivas deixavam a paisagem do topo da montanha ainda mais bela. Durante toda sua vida ele havia passado a maior parte do tempo entre as colheitas de trigo, com as flores, livros e recordações... E também com a preocupação em oferecer no Natal, pequenos presentes as crianças da comunidade, mas durante esse ano ele não tinha a quantia suficiente para a compra dos mesmos, assim ele andava muito pensativo... Sentado em sua cadeira de balanço com a sua manta sobre as suas pernas, ele pensava em como poderia ofertar algo para as crianças que tanto alegravam a sua vida, e especialmente na noite de Natal, na qual a comunidade se agrupava, e como em um casulo compartilhavam do calor de estarem todos juntos para celebrarem a noite tão esperada e especial para todos. Os dias foram passando, e em uma bela manhã junto ao cantar de um sabiá, ele foi ao trigal, e recolheu todos os trigos mais verdes da safra, ficou horas fazendo essa colheita. E assim construiu uma árvore gigante utilizando eles, criou uma verdadeira escultura usando dos recursos naturais para isso. Trigo, folhas, flores, uma obra-de-arte elaborada com simplicidade e criatividade. Colocou bilhetinhos por toda a árvore, e nesses pedacinhos de papel escreveu mensagens para as crianças, palavras de amor, de encorajamento, de paz, de sentimentos que só os nossos corações podem sentir.

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Voltando a experiência do metrô... Vemos homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. Bell, no metrô, era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Esse é mais um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas, que são únicas, singulares e a que não damos importância, porque não vêm com a etiqueta de preço. Afinal, o que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o que o mercado diz que podemos ter, sentir, vestir ou ser? Será que estamos valorizando somente aquilo que está com etiqueta de preço?

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O senhor bondoso, morador da montanha, deixou a gigante árvore guardada para a Noite de Natal. Nessa noite tão esperada, quando ele abriu a porta do local no qual a mesma estava escondida, ele teve a sensação de estar sonhando... Em cada pedaço de sua obra-de-arte, havia, caixas de presentes com anjos feitos de chocolate iluminados por luzes multicoloridas... As crianças quando entraram ficaram com os sorrisos estarrecidos pela beleza do momento, as luzes das caixinhas brilhavam de uma maneira tão intensa que ofuscaram as luzes artificiais. E assim todos ficaram iluminados por essa alegria contagiante do amor ser transformado em pura realidade...  Pois o amor é o mais gracioso de todos os bens, o maior presente dado aos seres humanos, nessa Noite de Magia... E é isso que precisamos aprender a valorizar. Aquilo que não tem preço, porque não se compra...  amizade, amor, afeição, carinho, dedicação, abraços e beijos. Não se compra raio de sol, nem gotas de chuva, a canção do vento... A criança que corre, espontânea, ao nosso encontro e se pendura em nosso pescoço, não tem preço. O colar que ela faz, contornando-nos o pescoço com os braços não está à venda em nenhuma joalheria. E o calor que transmite dura o quanto durar a nossa lembrança. O ar que respiramos, a brisa que embaraça nossos cabelos, o verde das árvores e o colorido das flores nos são dados por Deus, gratuitamente.  Pensemos nisso e aproveitemos mais tudo que está ao nosso alcance, sem preço, sem patente registrada, sem etiqueta de grife. Usufruamos dos momentos de ternura que é a vivência do Natal, do nascimento de Jesus, tudo o que os amores nos ofertam, intensamente, entendendo que sempre a manifestação do afeto é única, extraordinária e especial. Fiquemos mais atentos ao que nos cerca, sejamos gratos pelo que nos é ofertado e sejamos felizes, desde hoje, enquanto o dia nos sorri e o sol despeja luz em nosso coração apaixonado pela vida.

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Desejo a todos um Feliz Natal!!!

Com afeto,

Beth Landim

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