Ponto Final — Quanto mais mexe, mais fede
rodrigo 22/11/2016 10:53
Ponto-final1 (1) Só piora O ditado popular de quanto mais mexe, mais fede não é surpresa quando se trata das investigações do “escandaloso esquema” de compra de voto com o uso do Cheque Cidadão. Grampos feitos com autorização da Justiça têm confirmado o que muitos já desconfiavam sobre a forma de Anthony Garotinho (PR) fazer política, vista por muitos como suja. Recorrer a instâncias superiores para tentar mudar os rumos da investigação, que o prendeu, tem deixado de ser uma desconfiança para se tornar cada vez mais certa, como revela ligações telefônicas interceptadas. Deu no Fantástico Além de uma gravação revelando, segundo investigadores, uma manobra do ex-governador para obstruir os trabalhos da Polícia Federal e do Ministério Público, na qual Garotinho buscava contato com o novo corregedor da PF no Rio, outras duas conversas interceptadas e reveladas pelo Fantástico, da Globo, mostra o interesse do ex-governador também por um contato de sua defesa com uma velha conhecida, a ministra Luciana Lóssio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a mesma que o liberou de Bangu para um hospital particular, concedendo inclusive prisão domiciliar. No áudio, o próprio Garotinho afirma ter contato com a ministra. Se antecipou As tentativas de descredibilização das autoridades que têm atuado no combate ao “escandaloso esquema” são marcas do grupo garotista não só nestas investigações. Ciente disso, o juiz da 100ª Zona Eleitoral, Glaucenir Silva de Oliveira, se antecipou ao ataques agora sofridos. Quando determinou a prisão de Garotinho, ele fez questão de utilizar uma postagem feita no blog do próprio ex-governador, na qual o mesmo ressalta como benéfica a atuação de Glaucenir no lugar de Ralph, que está de férias. Garotinho destacou que o magistrado não tem qualquer ligação com grupo político. Mirou Mas bastou a prisão e a Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro requerer à Polícia Federal que instaure um inquérito para apurar possível tentativa de suborno feita por Garotinho e seu filho Wladimir Matheus, buscando evitar a prisão de ambos, para que a defesa do ex-governador mirasse também Glaucenir. Além de pedir a prisão de Garotinho também foi o magistrado que determinou a transferência de Garotinho do Hospital Souza Aguiar para Bangu. Para justificar Agora, a defesa do ex-governador e de seu filho, representada pelo renomado advogado Fernando Augusto Fernandes, pediu a abertura de inquérito policial para investigar o juiz. A defesa acusa o juiz do cometer o crime de denunciação caluniosa. No comunicado enviado à imprensa a defesa fez questão de listar “episódios polêmicos envolvendo o magistrado, entre eles um de abuso de autoridade contra uma guarda municipal e a ameaça com arma a um empresário dentro de uma boate”. Sem ter como apontar qualquer vinculação política do magistrado, o caminho foi outro. Para onde vai? A expectativa agora é para uma possível alta de Garotinho hoje e seu destino. O mais provável é que ele cumpra a prisão domiciliar na sua única “casinha da Lapa”, em Campos, já que o apartamento do Flamengo, no Rio, onde foi preso, estaria em nome da filha de uma funcionária da família. A volta de Garotinho para Campos resultaria também na da prefeita da cidade. A esposa dele, que o exonerou, ontem, da secretaria de Governo, poderia estar mais presente neste momento crucial de transição do seu governo para o eleito Rafael Diniz (PPS). Transição Ontem, teve mais uma reunião entre as equipes dos governos. O encontro foi tranquilo, mas com tom preocupante. O futuro procurador do município José Paes Neto, pediu em nome do prefeito eleito, para que os rosáceos suspendessem quatro licitações de terceirizações publicadas recentemente no jornal carioca “Extra”. Outra reunião para tratar especificamente do assunto ficou de acontecer. Antes mesmo da transição começar, o governo Rosinha assinou uma série de contratos e aditivos com prazos que chegam a todo o primeiro ano do governo Rafael Diniz. Um deles vai até 2018.

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    Rodrigo Gonçalves

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