Sábado com Poesia
Nino Bellieny 12/11/2016 20:57
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ NUNCA SE PREOCUPE COM QUEM NÃO COMPREENDE NinoBellieny Todas as velhas cicatrizes somam-se as ainda a serem feitas No mapa rústico da pele sobre a pálida lua de um meio-dia qualquer Resolvem contar cada uma a sua história Filmes de estradas e livros sem edição
Cada segredo revelado nas lágrimas cheias de asas Se chocam no ar feito libélulas Em meu tempo de menino, lavadeiras/papa-fumos E em minha imaginação, helicópteros do distante Vietnã Onde jovens pouco mais velhos do que eu Morriam às centenas E nos porões da América Latina, outros tantos desapareciam para todo o sempre. Meus brinquedos militares, meus soldadinhos de plástico, Meu quintal extraordinariamente fantástico Maior do que a distância coberta pela Enterprise Girava em torno de mim. 1 Eu viajava mesmo era nos livros de Monteiro Lobato e Julio Verne Nas franjas do morro cheio de capim penteados pelo vento Amigo era o cão do rabo em forma de ponto de interrogação Era pequeno e enorme o império do menino míope sem saber Capitão Aza na TV Tupi da casa de “seu“ Manoel Escrivão Tarzan, Zorro, Batman, Fantasma, Tex, Eletrizantes nas páginas dos gibis E a estranha sorte de fazer gols e mais gols Mesmo sem jogar tão bem quanto o resto da turma. Todas as velhas marcas agora tatuagens A primeira paixão-a primeira viagem- A primeira queda ( e não foi em tatame) Os 2 filhos mortos Os amores morridos A Poesia como Veneno E Antídoto Sem rima, métrica nem sentido Somente o ruído do riacho atrás da casa E a minha mãe gritando: “Corre meu filho, corre que vai chover!

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