__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Do lado de cá da tela, dedos dançam nos teclados horas e horas por dia. Isso pode dar uma falsa sensação de que, estamos protegidos pela distância e pela experiência, de todas as notícias que nos chegam como avalanches. Para quem vive de fazer, de ouvir, de retransmitir, com o máximo possível de fidelidade e integridade as informações, algumas privilegiadas, certamente uma anestesia geral nos prepara para tantas que são ruins, pesadas e negativas. Porém, nem sempre. Elas surgem como relâmpagos em dias de sol e nos surpreendem, são aquelas nas quais, amigos ou conhecidos, pessoas boas e admiráveis, formam o núcleo bruto da noticia a ser redigida. E nem mesmo a frieza dos anos de jornalismo consegue afastar a tristeza. O dia em que  o delegado Bruno Cleuder, da 143ª DP de Itaperuna  em novembro do ano passado esteve no olho do furacão de um acidente automobilístico na BR-356 ( Relembre depois AQUI), foi uma dessas vezes. Eu havia o conhecido por meio de outro delegado, amigo há muitos anos, Márcio Caldas e percebera nele, um espírito vibrador, vital para quem exerce uma das mais perigosas e menos reconhecida das profissões: a de policial. Pouco tempo se passou até a informação bater em meu celular e a incerteza de um quadro clínico delicado se avolumou. Mas... felizmente ele se recuperou. E ninguém melhor do que o próprio para relatar em poucas linhas a sensação de gratidão por ter vencido: PALAVRAS DE UM SOBREVIVENTE Por Bruno Cleuder Hoje faz 1 ano do acidente. Nesse tempo, pude descobrir algumas coisas interessantes. Descobri o que é sentir dor de verdade. Descobri que tenho amigos verdadeiros tanto na bonança como na angústia. Descobri que um cadeirante está ferrado no nosso país, pois a acessibilidade para a locomoção é quase zero. Descobri que minha família é A Família, e que meus pais são tudo o que eu queria ser para o meu filho(a). Descobri que o cargo que você exerce, ou a condição financeira que advenha por ele, de nada valem se não houver a amizade e o amor. Descobri que a minha mulher é a pessoa separada por Deus para mim, e que não importa o momento da vida, ela sempre estará ao meu lado. Descobri que a vida é feita de momentos bons e ruins, mas que nenhum deles dura para sempre... portanto, não importa se você está passando por qualquer deles... saiba que IRÁ PASSAR! Já passei pelos dois momentos... e alternarei entre eles enquanto viver... mas tenho um alicerce firme que me sustentará em qualquer um deles... Deus! E essa realmente foi a minha maior descoberta... Deus me ama como nunca pude imaginar. Deu-me, entre muitas outras coisas, uma nova oportunidade de viver. E eu o agradeço, de todo o meu coração. Deus é fiel!  

 Bruno é o quarto da esquerda para a direita na linha de frente, com alguns de seus grandes amigos.

DATA DE RENASCIMENTO: 6/11/2015

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