Delação da Odebrecht deve atingir ao menos 130 políticos
Alexandre Bastos 24/11/2016 09:44

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Depois de nove meses de longas e tensas negociações, o empresário Marcelo Odebrecht e mais 76 executivos da Odebrecht deverão concluir nesta quinta-feira a assinatura dos acordos de delação firmados com a Procuradoria-Geral da República dentro da Operação Lava-Jato. Os acordos, os mais esperados desde o começo da investigação, têm potencial para colocar em xeque o sistema de financiamento eleitoral do país.

Nas negociações pré-delação, os executivos da empreiteira fizeram acusações contra líderes de todos os grandes partidos governistas e da oposição. Pelo menos 130 políticos, entre deputados, senadores, ministros e ex-ministros deverão ser atingidos pelas delações. Segundo fontes ligadas às negociações, entre os citados estão o presidente Michel Temer (PMDB), os ministros José Serra (Relações Exteriores), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil).

Nas delações também estariam os nomes do ex-presidente Lula, do senador Aécio Neves (PSDB-MG), dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); de Minas, Fernando Pimentel (PT); e do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Foram feitos relatos também sobre pagamentos supostamente ilegais para as campanhas da ex-presidente Dilma Rousseff.

Sobraram acusações, ainda, para os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega, que estiveram à frente da Fazenda nos governos Dilma e Lula. Os delatores também acrescentaram novas denúncias contra o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que já estão presos por conta de outras acusações na Lava-Jato.

Campos - O clã também Garotinho apareceu nas planilhas da Odebrecht apreendidas na casa de Benedicto Junior, ex-presidente da Odebrecht (aqui).
O contrato da Odebrecht em Campos, para a construção de casas populares, é o maior da história do município, gira em torno de R$ 1 bilhão. A partir dos documentos divulgados na operação Lava Jato, evidenciando o envolvimento da empreiteira em fraude de licitações e pagamento de propina, o Ministério Público Estadual (MPE) ajuizou ação no Fórum de Campos, contra pessoas físicas e jurídicas. Inclusive, o promotor estadual de Campos Leandro Manhães chegou a ser autorizado pelo juiz federal Sérgio Moro a ouvir Marcelo Odebrecht. O processo que corre na 4ª Vara Cível de Campos e tem a prefeita Rosinha como ré. Um pedido de busca e apreensão, que havia sido solicitado pelo MPE, foi suspenso.

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