Uma ligação de Anthony Garotinho (PR), interceptada no dia 23 de outubro, evidencia que o ex-governador tentou obstruir as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre a utilização do programa social “Cheque Cidadão” por troca de votos. Garotinho entrou em contato com uma pessoa não identificada para saber se o “amigo” dele teria contato com o novo corregedor da PF no Rio, e que seria despachado para trabalhar em Campos.
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Esse diálogo foi usado como prova que houve tentativa de obstrução do processo, um dos motivos pelos quais o ex-governador foi preso.
Confira a transcrição:
Coincidência ou não, dias depois, os autos do inquérito da PF, sem aparentes motivos justificáveis, teriam de ser remetidos para o Rio para realização de espécie de “correição extraordinária”.
O Ministério Público Federal solicitou, e foi atendido pelo juízo da 100ª Zona Eleitoral de Campos, a busca e apreensão dos autos do inquérito em Campos ou onde quer que estivesse. Na ocasião, em 9 de novembro, o juiz Glaucenir Silva de Oliveira proibiu o compartilhamento das informações contidas no inquérito sem a sua autorização:
“Infelizmente, no Brasil atual, a polícia, bem como a Justiça, vem sofrendo pressões e intromissões indesejáveis, principalmente de ordem política, com o fito de macular trabalhos legítimos, eficazes e extremamente necessários em prol da sociedade”, saliento magistrado em trecho da decisão de busca e apreensão.
Dois dias depois da busca e apreensão do inquérito, com denúncia do MP, Glaucenir Oliveira determinou a prisão de Garotinho, acusado de coação, compra de votos, associação criminosa e compra de votos. O magistrado afirmou que o secretário municipal de Governo e marido da prefeita Rosinha (PR), comandava “com mão de ferro um verdadeiro esquema de corrupção eleitoral no município”.
Confira a decisão de busca e apreensão:
Atualizado às 4h25 - Inclusão da decisão e alterações no texto.