Eleitor: o lado forte da disputa
paulavigneron
[caption id="attachment_154" align="aligncenter" width="425"]Rafael vitória Candidato eleito, Rafael Diniz comemora vitória (Foto: Rodrigo Silveira/ Folha da Manhã)[/caption]   Na noite de domingo (2), a população campista acompanhou os momentos finais da eleição para os cargos de prefeito e vereador. A apuração trouxe um resultado não esperado para o momento: a vitória do candidato da oposição Rafael Diniz (PPS). De acordo com pesquisas divulgadas pela Folha da Manhã, a possibilidade era de segundo turno entre Rafael e Dr. Chicão (PR), que representava o governo. As urnas, no entanto, comprovaram que a população almeja caminhos novos. E, com a força do discurso de Rafael, os cidadãos de Campos renovaram o desejo de atuar e modificar a realidade política e as esperanças no agora prefeito eleito. A verdadeira mudança começou com a transformação do comportamento dos eleitores, e não com os políticos. Desde o fortalecimento da campanha do candidato do PPS, principalmente devido ao relacionamento travado com a população por meio da internet (conforme apontou o jornalista Aluysio Abreu Barbosa no artigo "Democracia irrefreável das redes sociais – Obama 2008 a Campos 2016"), os campistas passaram a observar, com maior proximidade, os passos de Rafael. A onda verde, então, ganhou força diante do interesse dos cidadãos pelos rumos da política. Nas últimas eleições, o desânimo dos votantes marcava a ida obrigatória às seções. A descrença em melhorias e nas promessas, misturada ao visível descaso com a comunidade, fazia com que as pessoas se sentissem alheias à realidade e não tivessem convicção para escolher os representantes. A permanência da família Garotinho no poder, por quase três décadas, também era outro fator que desiludia tantos os mais novos quanto os mais velhos. Mas as recentes transformações ocorridas em todo o cenário campista, principalmente o crescente interesse das pessoas por questões políticas e sociais e a pouca credibilidade dada ao discurso governista, fez com que a mudança fosse materializada. Outro ponto positivo é a conscientização quanto ao poder de escolha por meio do voto, que deixa de ser somente um momento obrigatório para se transformar em exercício de cidadania motivado pela necessidade de ver em cena outros rostos. A percepção é confirmada pelo posicionamento da adolescente Lorena Alves Ribeiro, de 16 anos, que foi entrevistada pela jornalista Daniela Abreu, da Folha da Manhã, na tarde de eleição em Campos. Ela afirmou que “o jovem também tem direitos e tem que ter voz. Por isso, acho importante a gente ter atitude e votar". A vitória em primeiro turno reflete não só a boa aceitação de ideias e projetos de Rafael, mas também o reengajamento dos eleitores, que, desta vez, acompanharam, ouviram, assistiram e escolheram, com mais convicção, o representante para os próximos quatro anos.
Sobre o autor

Paula Vigneron

[email protected]

BLOGS - MAIS LIDAS