Diante dos fatos sobre a muita discutível retirada da educação física do ensino médio, e que parece que foi resolvido, um depoimento fugiu ao saber comum sobre inatividade, obesidade e taxas sangüíneas, fatos estes sabidos por todos e que são decorrentes da ausência do movimento humano, especialmente quando jovens em formação.
O tal depoimento que foge aos outros, veio de um pesquisador (entrevista aqui), onde relata outra forte concorrente aos benefícios citados acima, fortalecendo ainda mais a corrente da fundamental Motricidade Humana.
"Mais do que combater o epidêmico sedentarismo, a meta deveria ser aumentar o rendimento escolar", afirma o pesquisador Hallal. Mais sobre a entrevista, abaixo.
A educação física aumenta o rendimento escolar?
"Definitivamente sim. Numerosos estudos já mostraram isso. Há evidências em exames de ressonância magnética, testes de QI e desempenho escolar. A atividade física estimula a atividade neuronal, melhora o desempenho dos alunos em disciplinas como matemática. De fato, em todas as disciplinas. O estudante fisicamente ativo aprende melhor".
Mas existe um mito enraizado de que os melhores alunos não são os que fazem esporte. Por que ele persiste?
Por ignorância. Realmente há o mito de que os alunos mais inteligentes e capazes são aqueles de perfil “intelectual”, que não são ativos. Isso não é verdade. As pesquisas mostram exatamente o contrário. Ser inativo é estar aquém do possível.
Como a educação física estimula a cognição e o desempenho escolar?
A atividade física estimula fatores envolvidos na plasticidade e no desenvolvimento do cérebro. O exercício aumenta a formação de neurônios e a concentração de substâncias chamadas fatores neurotróficos, que têm papel crucial na performance intelectual. Além disso, melhora o fluxo de sangue e a oxigenação do cérebro. Por isso, o exercício é benéfico para a atenção, o processamento de informações e a memória.
Isso é fundamental na adolescência, não?
Sim. A atividade física pode melhorar a cognição na adolescência, quando o cérebro tem profunda plasticidade.
Fonte: O Globo
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Sobre o autor
Marcos Almeida
[email protected]Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.