AS Urnas Falam
Nino Bellieny 08/10/2016 07:12
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O REFERENDO DAS URNAS
Artigo de Guilherme Fonseca Cardoso*
A queda do PT nas eleições municipais sinalizou que a narrativa do “golpe” não foi aceita pela população. Em outras palavras, o impeachment de Dilma Rousseff foi referendado nas urnas, com louvor.
O partido de Lula perdeu muito espaço político. Em capitais, como o Rio de Janeiro, a presença de Dilma Rousseff no palanque da candidata Jandira Feghali (PC do B) atrapalhou mais do que ajudou, como demonstraram as pesquisas no período posterior a presença física de Dilma com Jandira e mais tarde, Lula.
Apuradas as urnas, Jandira, a candidata que dividia seu tempo de propaganda  para apresentar propostas para a cidade com o “Fora Temer” e a defesa dos governos de Lula e Dilma, lembrando aos adversários que foram favoráveis ao impeachment que o governo do PT investiu bilhões no Rio, cobrando uma gratidão canina, como se o dinheiro fosse do partido e não público e pior, como se Lula não tivesse recebido grandes votações no Estado desde 1989.
Jandira não emplacou, acabou tendo uma votação menor que a de Carlos Bolsonaro, candidato a reeleição para Câmara de Vereadores.
Outro caso emblemático foi o do filho do Lula, que não conseguiu se reeleger vereador em São Bernardo do Campo-SP. Na capital paulista, o prefeito petista Fernando Haddad sequer chegou ao segundo turno. O candidato do PSDB, João Dória, obteve votação histórica, vencendo no 1º turno, fato inédito na política da cidade.
A insistência em desviar o foco sobre os reais motivos do afastamento da presidente Dilma Rousseff, além do desgaste gerado sobre os governos petistas como o mensalão e o petrolão forçaram o PT e os partidos que giram em sua órbita como o PSOL e o PC do B a construírem essa narrativa do “golpe” como alternativa para o enfrentamento político. Não deu certo!
O PT ficou 13 anos e alguns meses no poder. Foi o partido que mais tempo governou o Brasil, em regime democrático.
Venceram quatro eleições presidenciais consecutivas. Falar em golpe contra a democracia chega a ser vergonhoso. Os candidatos a presidente do PT, eleitos, foram diplomados e empossados. Lula, talvez tenha sido o presidente com a maior base de apoio político e popular das últimas décadas, e mesmo assim, foi incapaz de liderar reformas importantes, como a política.
Se a esquerda pensa em retornar ao poder um dia, é preciso amadurecer e entender que quem errou, deve pagar por seus erros. O povo não é massa de manobra e nem propriedade de nenhum partido político.
*G.Fonseca Cardoso é arquiteto/urbanista e nasceu em Porciúncula.

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