Matéria publicada pelo Estadão neste sábado (08) informa que "em reuniões que entram madrugada adentro, regadas a água, café e vinho branco, o empresário Emílio Odebrecht, patriarca do grupo Odebrecht, dá ordens e debate com os advogados que participam das negociações daquela que pode se tornar a mais explosiva delação premiada da Operação Lava Jato" (aqui).
Segundo a matéria, existem delações que estão bem encaminhadas. É o caso de Benedicto Barbosa Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura. Para quem não se lembra, matéria do jornalista Aluysio Abreu Barbosa, publicada em abril pela Folha da Manhã (aqui), informa que Benedicto Barbosa assinou com a prefeita Rosinha Garotinho (PR) o contrato da primeira etapa do programa “Morar Feliz”, em 1º de outubro de 2009, para a construção de 5,1 mil casas, no valor total de R$ 357,4 milhões — numa licitação cujo resultado favorável a Odebrecht foi antecipado (aqui) pela coluna “Ponto final”, em quase quatro meses.
Três meses depois, em julho, uma nota publicada na revista Veja informou que Benedicto tinha munição para comprometer o ex-governador Anthony Garotinho (PR) (aqui). Segundo a coluna "Radar", Garotinho e Benedicto eram tão afinados que o líder rosáceo omitiu a presença do poderoso da Odebrecht no episódio da "Gangue dos Guardanapos".
No inquérito assinado pelo delegado federal Filipe Hille Pace, fica claro (aqui) o papel de Benedito como elo de ligação do dinheiro que circula entre a Odebrecht e os políticos: “É possível verificar que Benedicto é pessoa acionada por Marcelo (Bahia Odebrecht) para tratar de assuntos referentes ao meio político, inclusive a obtenção de apoio financeiro”.
O clã Garotinho aparece nas planilhas da Odebrecht apreendidas na casa de Benedicto (aqui).
O contrato da Odebrecht em Campos, para a construção de casas populares, é o maior da história do município, gira em torno de R$ 1 bilhão.