Sábado de prisão A Polícia Federal prendeu ontem mais um vereador suspeito de participação no que foi classificado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) como “escandaloso esquema” da troca de Cheque Cidadão por voto. Thiago Virgílio (PTC), que já havia sido proibido de entrar na Câmara e em prédios da Prefeitura, teve a prisão temporária decretada. E para quem pensava que as investigações poderiam não dar em nada, um movimento desses em pleno sábado mostra que ainda tem muita coisa pelo caminho.   Dia também de habeas corpus Também ontem, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), outros dois vereadores presos durante a investigação do mesmo esquema conseguiram habeas corpus para deixar o presídio. Ozéias (PSDB) e Miguelito (PSL), que tiveram a prisão temporária convertida em preventiva nessa semana, terão que respeitar uma série de restrições. O descumprimento injustificado de quaisquer dessas medidas ensejará, naturalmente, decreto de restabelecimento da ordem de prisão.   Pânico Na decisão do juiz Ralph Manhães, da 100ª Zona Eleitoral, que determinou a prisão de Thiago Virgílio, chama a atenção um trecho que fala do pânico de algumas testemunhas ao relatar fatos à Polícia Federal. Existiria um clima de coação forte, revelado inclusive em novo depoimento à PF de uma mulher que deu uma versão, depois teria sido “instruída” por assessor de um vereador a gravar um áudio usado, inclusive, em programa de rádio para levantar suspeita sobre fraudes na investigação.   Paradoxo A sociedade campista cobra uma resposta sobre o caso. E essa resposta só será encontrada ao fim das investigações. A partir daí poderá ser confirmado ou não se houve fraude em programa social de extrema importância para quem precisa. Não tem como defender a manutenção do programa social, se não defende a lisura em sua execução. Não adianta ir para a porta da Câmara pedir que o Cheque Cidadão seja mantido, se é contra descobrir se houve desvio de finalidade. É paradoxal. O programa tem de existir para atender a quem dele precisa. Nada além. Muito menos ser usado como possível moeda de troca, como é investigado.   Novela Enquanto a Justiça, o MPE e a PF tentam desvendar as supostas irregularidades no Cheque Cidadão, a prefeita de Campos, que é ré na principal Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) do “escandaloso esquema”, ainda vive outra indefinição: sua manutenção no cargo até 31 de dezembro. A liminar do TSE que sustenta Rosinha Garotinho (PR) no cargo tem validade até o julgamento dos embargos de Chicão (PR), seu vice, e a publicação do acórdão no Diário Oficial do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A Corte regional rejeitou na sexta os embargos dela.   Verão mais caro É exatamente no verão, estação do ano que se aproxima e a alta temperatura da primavera parece mostrar que já chegou, que se consome mais energia elétrica, com ventiladores, ar condicionado e consumo de gelados. E a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) “presenteou” os consumidores brasileiros com a taxa extra das bandeiras tarifárias, a partir de novembro. No próximo mês passa a vigorar a bandeira de cor amarela, o que implica na cobrança de R$ 1,50 para cada 100 kWh de energia consumidos. A cobrança da taxa foi suspensa em abril deste ano, quando passou para a cor verde.   “Ele está no meio de nós” A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai realizar, entre 20 de novembro e 11 de dezembro, a Campanha para Evangelização com o tema “Ele está no meio de nós”. O objetivo é favorecer a vivência do Advento, mobilizando para uma Coleta Nacional que ofereça recursos a serem aplicados na sustentação do trabalho missionário no Brasil. A abertura da campanha vai acontecer no dia 20 de novembro, na Festa do Cristo Rei, que encerra o Ano Litúrgico. *Com a colaboração do jornalista Antunis Clayton.  Publicado na edição deste domingo (30) da Folha da Manhã.