"Virou um deserto"
Conversávamos há pouco, eu e Don Murilo Dieguez, sobre o visível estado de "desertificação" que ocorre no pátio do CESEC, sede da prefeitura de Campos, tão árido, seco e sem a cor dos habituais veículos estacionados, tão literalmente desértico, que me remeteu aos confins dos sertões Nordestinos. Pode se afirmar que a causa é o final do governo, não ! É por conta do efeito traumático da prisão pela Polícia Federal dos vereadores Miguelito, Oséas e de aliados da prefeita Rosinha, será? Uma coisa porém é certa, segundo fontes seguras, alguns amigos do poder instalado, que ainda gozam de suas liberdades, preferiram , preventivamente, pernoitar a uma distância segura da planície Goytacá, levando na bagagem estoques do tal Rivotril.
Seguindo na linha do pensamento: a ausência, o deserto, a aridez de movimentações, imediata e instintivamente remeteu a uma letra de Vandré. Parece estar sendo escrita, incrustada nas pedras no pátio esvaziado da prefeitura campista, do jeito de quem parte pra outras bandas e pretende voltar num futuro bem próximo, talvez logo ali em Janeiro, o recado da "Canção da despedida":
"Já vou embora, mas sei que vou voltar Amor não chora, se eu volto é pra ficar Amor não chora, que a hora é de deixar O amor de agora, pra sempre ele ficar Eu quis ficar aqui, mas não podia O meu caminho a ti, não conduzia Um rei mal coroado, Não queria O amor em seu reinado Pois sabia Não ia ser amado Amor não chora, eu volto um dia O rei velho e cansado já morria Perdido em seu reinado Sem Maria Quando eu me despedia No meu canto lhe dizia"
Canção da Despedida Geraldo Vandré