Tempos de propaganda eleitoral, militância em redes sociais e debates entre candidatos trazem novidades à população. É comum que concorrentes que fazem parte da situação, assim como seus militantes, elogiem e engrandeçam fatos e feitos relacionados à gestão vigente. Em Campos, o padrão é mantido.
Após o primeiro debate ocorrido na noite de domingo, transmitido pela TV Record, o quadro típico chegou a proporções desmedidas, principalmente nas redes sociais. Durante aproximadamente duas horas, os candidatos Rafael Diniz, Caio Vianna, Rogério Matoso, Dr. Chicão, Pudim e Nildo Cardoso comentaram suas propostas e criticaram – os da oposição – o poder público.
Conforme seu posicionamento e posição, Dr. Chicão, que não compareceu ao segundo debate da semana
* (promovido pelo Fórum Interinstitucional de Dirigentes do Ensino Superior de Campos, Fidesc, na Uenf), defendeu os projetos sociais criados pelo governo e afirmou que dará continuidade a eles, assim como asseguraram os demais candidatos. Mas não é só de benefícios que vivem os moradores de Campos.
Elogios à saúde – especialmente a programas de vacinação –, às vilas olímpicas e aos investimentos urbanos foram feitos no encontro entre os concorrentes à Prefeitura. Enquanto o discurso aponta para uma cidade, fatos mostram outra. Diariamente, são veiculados em matérias problemas relacionados ao município. Entre eles,
vagas e superlotação em hospitais públicos – e, enquanto isso
, verbas de uma pasta são destinadas a outras –,
falta de saneamento básico em Bairro Legal, paralisação das obras de revitalização do Teatro de Bolso Procópio Ferreira e do Palácio da Cultura.
Para além dos debates, as propagandas, que deveriam mostrar as propostas de governo, denigrem e desqualificam as imagens dos opositores em uma lamentável tentativa de conseguir adesão da população, que, em parte, reafirma a necessidade de mudanças. A postura é reproduzida por militantes em redes sociais, principalmente os que estão vinculados ao poder público. Somente fotos e feitos são difundidos pelas plataformas.
As discussões se transformam em confronto pessoal e apenas reproduzem o que afirmam os membros do governo, sem que haja qualquer contribuição crítica para tornar democrático o processo de formação e informação. Mesmo quando os fatos do cotidiano vão de encontro ao que é pregado, é visível a insistência em tentar induzir as pessoas a acreditarem somente em benefícios, mascarando o que é visto por quem vive na Campos real.
* O candidato Caio Vianna também não participou do debate no Centro de Convenções da Uenf