Ponto Final: Cheque Cidadão, um velho conhecido no jogo político
Suzy 19/09/2016 12:00

Ponto-final

Jogo político

Com os times em campo, as ações da “comissão técnica” podem acabar atrapalhando o jogo. De acordo com o Ministério Público, um “esquema escandaloso” foi montado em Campos para beneficiar candidatos do grupo dos Garotinho. Resta saber o que fará a Justiça, em tempos de descrença política e esperança em referências como o juiz Sérgio Moro. De qualquer forma, os próximos dias serão de pura tensão e muitas reviravoltas ainda são esperadas. Jogo político II Ontem, o candidato a prefeito Geraldo Pudim (PMDB) protocolou na Justiça pedido de celeridade no julgamento da ação do Ministério Público Eleitoral que pede suspensão, até o fim das eleições, do programa Cheque Cidadão. Pudim argumenta que uma eventual “demora” pode acabar prejudicando os demais candidatos. Jogo político III Domingo, dia 11, antes das ações propostas pelo Ministério Público Eleitoral chegarem ao conhecimento público, a Folha da Manhã trouxe matéria comparando a eleição de 2004 com a de agora: Também lá, ou desde lá, o Cheque Cidadão já era alvo de diversas denúncias de uso eleitoreiro. As denúncias resultaram na condenação da então governadora Rosinha, do marido e secretário Garotinho e dos candidatos apoiados pelo casal, entre eles, o próprio Pudim. A condenação acabou revertida no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Jogo político IV Revertida ou não, a ação conjunta de todos os promotores à época, desnudou uma situação comentada pelas ruas, muito antes da força de blogs ou de WhatsApp: O possível uso de benefícios sociais, que deveriam servir para acolher e amparar aqueles mais necessitados em uma hora difícil e, quando fosse o caso, prepará-los para caminhar com os próprios pés. Nunca deveria servir para aprisionar, mesmo que emocionalmente, aqueles que estão tão vulneráveis. Líder denunciou Em 2015, ao justificar a necessidade do recadastramento do Cheque Cidadão, que deixou as famílias sem o repasse no mês de março, o secretário de Governo, Anthony Garotinho (PR), disse, durante programa de rádio, que foram descobertas pessoas “sem dó e respeito pelo dinheiro público”. De acordo com o secretário, tinha gente com 10 e até 20 cartões. “Nós encontramos pessoas, que a gente não sabe como, tinham 10, 20 cartões na mão. E passavam aquilo no banco, R$ 200, você pega uma pessoa com 10 cartões, são R$ 2 mil. Isso é um absurdo, uma escândalo, uma vergonha”, comentou o secretário na ocasião. Vai sobrar para quem? Depois de mais uma operação da Justiça Eleitoral, junto com o Ministério Público, na casa de um vereador aliado, a prefeita Rosinha criou uma comissão para investigar as possíveis irregularidades. Acontece que a comissão tem 30 dias para atuar, terminando somente após o primeiro turno. Vai sobrar para quem? (II) A comissão irá apontar os responsáveis. Resta saber quem vai pagar esse pato que terá gosto amargo de execração pública. Já a Justiça, quando e se decidir pela condenação, será mais direta: Oito anos de inelegibilidade e cassação do registro ou mandato. Debate No município onde a disputa política também está acirrada, São João da Barra, o Instituto Federal Fluminense realiza hoje, às 18h, o primeiro debate entre os candidatos a prefeito do município. O Grupo Folha transmitirá ao vivo na PlenaTV, Rádio Continental e na Folha Online.

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    Suzy Monteiro

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