CBN: De olho no governo estadual, Garotinho luta para vencer em Campos
Alexandre Bastos 06/09/2016 09:48
cbn

Matéria publicada no site da rádio CBN na manhã desta terça-feira (06) (aqui) aborda a disputa pela Prefeitura de Campos com foco em um personagem: Anthony Garotinho (PR). Um trecho diz que "Garotinho é o principal ator de uma disputa para se tentar se cacifar e voltar a ser candidato ao governo do estado em 2018." A matéria também destaca a grave crise após anos de fartura. Confira:

O próximo prefeito de Campos dos Goytacazes irá encontrar uma cidade com expectativa de crescimento menor do que a de anos atrás, orçamento reduzido e partida politicamente: o núcleo político da família Garotinho se fragmentou, e cinco dos seis candidatos estão na oposição. Na tentativa de garantir seu legado, Anthony Garotinho é o principal ator de uma disputa para se tentar se cacifar e voltar a ser candidato ao governo do estado em 2018.

Mas a tarefa não é fácil: Campos atravessa uma grave crise financeira desde 2014, quando os repasses dos royalties do petróleo, responsáveis por mais da metade da receita do município, começaram a diminuir. No começo deste ano, a prefeita Rosinha Garotinho decretou emergência econômica, cortou despesas, estimulou a aposentadoria de servidores e demitiu terceirizados. Em 2015, quase cinco mil empregos foram perdidos.

Neste ano, segundo o Ministério do Trabalho, quase 1.700 postos de trabalho já foram extintos. Para o economista Alcimar Ribeiro, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, o desemprego é o principal efeito da crise. Segundo ele, Campos não se preparou para a baixa no preço do petróleo, porque há uma forma atrasada de fazer política na cidade.

Depois de 30 anos de amizade, o candidato Geraldo Pudim trocou o PR de Garotinho pelo PMDB. Eles estão rompidos e não se falam desde 2015. De acordo com Pudim, o próximo prefeito irá assumir uma herança maldita, por causa da antecipação de royalties do petróleo. Ele acredita que o clã Garotinho instituiu uma "parentocracia" em Campos, ou seja, passou a controlar a cidade só com políticos da família.

Família, aliás, é um aspecto digno de novela nas eleições de Campos. Só uma trama explicaria o fato de Caio Vianna, do PDT, ser candidato à sucessão de Rosinha, e seu pai, o ex-prefeito Arnaldo Vianna, apoiar Geraldo Pudim. Já o candidato Rafael Diniz, do PPS, é neto de Zezé Barbosa, ex-prefeito e tradicional político da cidade.

No clã Garotinho, outra polêmica: Gustavo Matheus (PV), sobrinho do ex-governador, não fala com o político e é candidato independente da família ao cargo de vereador. O nome apoiado por Garotinho no pleito para prefeito é Doutor Chicão, do PR, que atualmente é vice-prefeito. Segundo ele, a antecipação dos royalties não quebrou a prefeitura. Ele avalia que a oposição traiu Garotinho, e que o ex-governador tem cacife para concorrer ao governo do estado.

Procurado, Garotinho não se manifestou. A reportagem da CBN apurou que ele estuda se candidatar em 2018. Garotinho tem aparecido constantemente em inaugurações de obras da administração da mulher. Ao todo, Campos tem seis candidatos a prefeito. Além de Pudim, Doutor Chicão, Caio Vianna e Rafael Diniz, Nildo Cardoso, do DEM, e Rogério Matoso, do PPL, estão na disputa.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Alexandre Bastos

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS