Mantega é preso na Lava Jato em fase que chega a empresas de Eike Batista
Arnaldo Neto 22/09/2016 08:05
Mantega_AgBrPoliciais federais estão nas ruas desde a madrugada desta quinta-feira para cumprir mandados da 34ª fase da Operação Lava Jato. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso. Policiais foram até sua casa em São Paulo, mas ele estava no hospital acompanhando uma cirurgia da mulher. Mandados são cumpridos também em Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e no Distrito Federal. Batizada de Arquivo X, as equipes policiais estão cumprindo 49 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão temporária e 8 mandados de condução coercitiva. São alvos desta fase, além do ex-ministro, executivos das empresas Mendes Júnior e OSX Construção Naval S.A. (que iniciou um empreendimento no Porto do Açu, em São João da Barra), assim como representantes de empresas por elas utilizadas para o repasse de vantagens indevidas. Segundo o MPF, em julho de 2012 o Consórcio Integra Ofsshore, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, firmou com a Petrobras contrato no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70 (unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo voltadas à exploração dos campos de pré-sal). Ainda de acordo com o MPF, as consorciadas, que não detinham tradição no mercado específico de construção e integração de plataformas, viabilizaram a contratação pela Estatal mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos. De um lado, colheram-se indícios de que cerca de R$ 7 milhões foram transferidos, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um operador financeiro ligado a um partido político e à Diretoria Internacional da Petrobras, já condenado na Lava Jato. Os repasses foram viabilizados mediante a interposição de empresa de fachada. De outro lado, foi identificado repasse de mais de R$ 6 milhões pela Integra Ofsshore com base em contrato ideologicamente falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux. Conforme prova testemunhal e documental, o valor foi transferido no interesse de José Dirceu e de pessoas a ele relacionadas. Constatou-se ainda que, no período dos fatos, empresas do grupo Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial Construtora, já utilizada pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil para o recebimento de vantagens indevidas. Também foram identificados, entre março de 2013 e junho de 2014, repasses de mais de R$ 6 milhões da Mendes Júnior a empresas ligadas a um executivo do grupo Tecna/Isolux. Além disso, Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, prestou depoimento ao MPF e declarou que, em novembro de 2012, recebeu pedido de Mantega, então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do PT. Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em 19/04/2013 foi realizada transferência de US$ 2.350.000,00, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários. Com informações de O Globo e da assessoria de imprensa do MPF.

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