Paula Vigneron
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O Cineclube Goitacá apresentará, na noite desta quarta-feira (24), o filme “Houve uma vez um verão” (“Summer of 42”, 1971). Dirigido por Robert Mulligan, o longa-metragem conta a história do roteirista da produção, Herman Raucher, que dá origem ao protagonista Hermie. A apresentação será feita pelo jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa, a partir das 19h, na sala 507 do edifício Medical Center (cruzamento das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, no Centro).

Em “Houve uma vez um verão”, três garotos passam o período das férias de verão na ilha de Nantucket, em 1942. No começo da história, o público acompanha Hermie, personagem de Gary Grimes, quase 30 anos após o verão. Em flashback, as memórias do protagonista são apresentadas.

Junto ao adolescente, estão Oscie (Jerry Houser) e Benjie (Oliver Conant). Hermie conhece e se apaixona por Dorothy, interpretada por Jennifer O’Neil. A mulher, mais velha, é casada, e seu marido foi convocado para ser piloto do exército na Segunda Guerra Mundial.

— É o filme de romance de que mais gosto. A trilha sonora, de Michel Legrand, é belíssima. É uma narrativa em retrospectiva. Hermie, maduro, se recorda da adolescência. É o primeiro verão dos Estados Unidos participando da guerra, depois do ataque a Pearl Harbor, que aconteceu em dezembro de 1941. O protagonista, os pais e amigos vão veranear. Lá, ele conhece Dorothy, que é a Jennifer. Ela é uma atriz muito bonita que nasceu no Brasil, embora seja filha de pais estadunidenses — contou.

O roteirista Herman Raucher optou por manter o nome verdadeiro dos personagens ao desenvolver a história. Em entrevista a uma emissora de televisão, ele contou que, após o lançamento do filme, recebeu cartas de diversas pessoas afirmando ser Dorothy. Depois de confirmar que uma delas era a verdadeira, o homem soube detalhes sobre a vida da mulher por quem foi apaixonado.

Em 1972, o longa-metragem concorreu ao Oscar nas categorias de melhores edição, fotografia, roteiro e trilha sonora (que garantiu uma estatueta à produção audiovisual). Para Aluysio, um dos destaques de “Houve uma vez uma verão” é o trabalho da direção de fotografia de Robert L. Surtees, com o uso de tons pastéis. Outro ponto comentado foi a gravação de cenas externas.

— Embora mostre o verão dos Estados Unidos, nos anos 40, ele me lembra muito Atafona. Tem o mesmo bucolismo. Quem gosta de passear pelas dunas, fora do verão sobretudo, se identifica com as externas, que são muitas. A paisagem, a geografia da ilha está muito presente, como se fosse um personagem. Eu vi o filme quando era garoto. Ele me tocou e me toca muito quando eu vejo. Acho uma pedra preciosa, uma pequena joia. Não é um filmaço, com grandes estrelas, mas está tudo certo nele — afirmou o jornalista.