A Dor de uma Notícia
Nino Bellieny 31/08/2016 20:54
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ QUANDO MORRE UM AMIGO. QUANDO MORREM DOIS AMIGOS. NinoBellieny As notícias sempre foram pedaços congelados da realidade. As vemos em profusão, chegam-nos como oxigênio e para quem com ela lida como nós jornalistas, passa a ser também como tijolos em uma construção sem fim. Até que nos deparamos com rostos e nomes de seres humanos conhecidos, queridos, respeitados, dentro do barro formador do tijolo. Hoje, quando vi ainda na rua a informação da morte de 4 PMs em um acidente, tive um pressentimento desagradável. Este se confirmou ao conferir com mais calma na Folha Online e o espanto e a dor vieram como facadas de todos os lados. Dos quatro, dois eram velhos amigos meus: os sargentos Franco e Lugão. 07 Sempre tive uma boa convivência com os diversos setores policiais e militares, em parte pelos poucos, mas intensos e significativos dias de Exército e a disciplina adquirida; por cobrir como radialista e jornalista o dia-a-dia destes profissionais e como professor de Jiu-Jitsu ao ter praticado aulas do esporte e de Defesa Pessoal com centenas deles. Franco e Lugão, tinha sido cunhados no passado, mas a amizade sempre prevaleceu. Pareciam irmãos e eram mesmo irmãos de farda e de espírito. Não tenho lembrança, porém creio que ambos seriam da mesma turma do CFAP- Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da PMERJ. Os conheci em Cardoso Moreira, quando estive secretário municipal de Comunicação. Franco, casado com Bianca, uma formidável profissional e excelente secretária municipal de várias pastas em diferentes governos, deixa 3 filhas e uma cidade inteira de luto. Ou melhor, duas. São Fidélis também chora, pois tanto ele quanto Lugão eram de lá. A última vez em que estive com Luis Lugão, foi em Sossego, São Francisco de Itabapoana, há poucos meses, depois de anos sem vê-lo e foi a mesma simpatia e atenção de sempre, falou do casal de filhos com orgulho. Rafael Franco, a última vez foi em 2014, numa festa de Italva, sempre acompanhado pela sua Bianca. Era um cara tranquilo, de poucas palavras e grandes atitudes. Os outros policiais não tive a honra de conhecer, mas dá para imaginar a dor das famílias. Do mesmo modo,  sei que estão sangrando os corações dos pais, filhos, irmãos, parentes, amigos  e as esposas de Franco e Lugão, eternos irmãos de fardas e de armas, amigos inseparáveis até na hora da partida para as Terras do Sol Eterno.

  A NOTÍCIA
Matéria de Bárbara Cabral e Marcus Pinheiro Fotos: Marcus Pinheiro e São Fidélis Notícias
FOLHA ONLINE Quatro policiais militares morreram em um grave acidente ocorrido no final da tarde desta quarta-feira (31), na RJ 158, em São Fidélis, entre uma viatura e um ônibus da secretaria municipal de Saúde que fazia o transporte de estudantes para universidades de Campos. Com o impacto da colisão, a viatura chegou a capotar na rodovia. De acordo com a polícia, chovia no momento do acidente. Segundo o 8º Batalhão da Polícia Militar, as vítimas fatais foram os sargentos Franco, Lugão e Bragança e o soldado Júlio César. Dezoito estudantes feridos foram levados para o Hospital Armando Vidal, em São Fidélis, onde permanecem em estado estável. Outro estudante e o motorista do ônibus foram transferidos para o Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos. A rodovia permanece interditada nos dois sentidos, e no trecho Campos-São Fidélis, o congestionamento já chega a três quilômetros. 04

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