A Culpa é do Blog?
Nino Bellieny 23/08/2016 20:48
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Nino Bellieny A noção de imparcialidade de alguns, obedece à uma ótica muito particular. Enquanto o Dicionário Online a traduz como "equidade; qualidade da pessoa que julga com neutralidade e justiça; característica de quem não toma partido numa situação. Isenção; qualidade da pessoa que não é parcial: a imparcialidade da lei",  há quem acredite que, imparcialidade seja atacar ou defender, divulgar ou omitir, apenas o referente a um lado, seja político ou esportivo, por exemplo. 030 "Que seja imparcial, desde que a meu favor..." Isso é aplicado, de modo compreensível em assessoria de imprensa: cabe aos que dela fazem parte, divulgar ou justificar as razões e os pontos de vista de quem o contratou, seja pessoa jurídica ou física. Destes se espera tal comportamento. Ainda assim, não lhe caberá faltar com a verdade, mas promover o melhor entendimento desta. Em Jornalismo, impresso ou virtual, não, exige-se uma atitude imparcial muito além. Não cabe ao jornalista defender o indefensável ou fixar-se apenas em um lado dos muitos pontos de vista existentes. No estrito campo político, um dos mais espinhosos do Jornalismo, agradar nunca é missão. Missão é informar. Questionar e analisar exaustivamente. Para isso, algumas perguntas sobre vários assuntos podem ajudar na reflexão sobre o que é ou não Jornalismo imparcial: 1- Se um candidato do Partido X está em um corpo a corpo e cai sobre uma poça de lama, é fotografado, a imagem sai nas redes sociais e ganha repercussão: A culpa é do jornalista que a divulgou? 2- Se uma quadrilha assalta a um banco, as câmeras de segurança  registram, ganha destaque na primeira página: A culpa é do jornal? 3- Se um candidato do Partido Z comete um deslize visto e comprovado por pessoas confiáveis que repassam esta notícia para um blogueiro: A culpa é do blogueiro? 4- Se um ato infracional qualquer é cometido por qualquer pessoa, ainda que pela primeira vez em toda a vida e esta é presa como suspeita: A culpa é de quem escreveu a notícia, mesmo sem dizer o nome ou imagem,  ainda que baseada em boletim de ocorrência policial? 5- Se o Partido Y cai em erro e tal falha é registrada, só este partido deverá virar notícia? Podem os partidos Z, W e K errarem à vontade, mas somente o Y deverá ter os erros publicados? 029 Figuras públicas devem ter consciências de que, são naturalmente vigiadas o tempo todo. De que, nem sempre quem está ao lado delas, ainda que pertencentes à uma mesma agremiação irão concordar com aquilo. Mesmo quando fiéis, acima de tudo prezam a verdade e como donos de consciência livre, vão comentar o considerado errado e lamentar o ocorrido, vindo muitas vezes a resultar em notícias de impacto. O Jornalismo a serviço de um só ponto de vista, sem dar direito ao contraditório, sem abrir espaço para várias opiniões, sem deixar ao cidadão o exercício pleno da Liberdade de Expressão, pontuando apenas uma vertente, é tudo, menos Jornalismo. Para quem tem dificuldade de aceitar ou entender o que é a tão propalada e pouco respeitada Liberdade de Expressão, o BNB sugere o livro de um dos mais brilhantes professores e juristas de Itaperuna, Cláudio Chequer,  cujo título é A liberdade de expressão como direito fundamental preferencial prima facie, publicado pela Editora Lumen Juris, em 2011. Certamente o belo trabalho, tese de doutorado defendida e aprovada com louvo pelo autor, ajudará e muito aos que pretendem lidar melhor com o direito inalienável, desde que exercido com respeito e responsabilidade, do cidadão expressar-se. Este Blog, hospedado desde 2014 em um dos mais sérios veículos de comunicação do interior do país, a Folha da Manhã, tem se pautado em narrar, fotografar, reproduzir com créditos e analisar os fatos, seja de forma direta, quando testemunha ocular ou indiretamente, quando baseado em fontes altamente confiáveis dos mais diversos níveis sociais e profissionais. Se determinados grupos políticos acertam ou erram mais, serão naturalmente mais lembrados, independente da coloração partidária. Se acertam, merecem aplausos e serão notícia, se erram, merecem críticas construtivas e serão notícia. E certamente, não só neste veículo como em tantos outros, embora não muitos, que agem da mesma forma ética e responsável, aliás, não fazendo nada além de cumprirem o correto. Talvez, por ser algo novo na História da Imprensa Regional, em que, com raras exceções, o mais comum sempre foi a existência de órgãos noticiosos exclusivamente voltados para um único setor político, haja um estranhamento diante de quem execute a verdadeira norma do Jornalismo e se espante ao ver que um mesmo espaço dê a mesma atenção para todos, sejam estes X, Y, W ou Z, sem cobrança pecuniária, sem interesses escusos ou dissimulados. O BNB tem orgulho de seguir a verdadeira cartilha do Jornalismo, de abrir espaço para todos que desejem divulgar seus pensamentos e ações, desde que não façam uso das famosas trigêmeas do Código Penal: Calúnia, Difamação e Injúria. Fosse este Blog parcial, só publicaria fatos de interesse de uma única coligação, de um único candidato, de uma única forma de visão. Quem se der ao trabalho de rever todas as postagens até hoje feitas, verá, caso use os olhos da boa consciência, que todas as variadas posições políticas, locais, regionais e nacionais sempre foram divulgadas, sem preterir nem negar, a quem desejou aqui escrever. Exemplo recente, são os diversos santinhos de candidatos, inclusive de outras cidades, publicados sem nenhum tipo de custo financeiro ou permutável, bastando ao interessado enviar o material, ciente de que, apenas por uma vez será publicado. Portanto, para os leitores extremamente inteligentes( e são estes a maioria), tais explicações soam desnecessárias, mas para aqueles que, muito ocupados em suas lidas diárias, em seus problemas domésticos, em seus estresses normais de cidadão brasileiro, servirão como uma lembrança do que é Jornalismo. 031 Infelizmente, para os que servem aos Deuses do Puxa-saquismo e os que confundem torcida futebolística com paixão política, são palavras estéreis. Os acostumados ao ódio, à intriga, a um modo inseguro de comportamento pessoal/profissional/coletivo, vão preferir deturpar a compreender. Mas, não é realmente para eles, este artigo, e sim para você, leitor consciente, dono de personalidade própria e de  bom caráter. É para pessoas iguais a você, a razão deste Blog existir e deste modo,  continuará a ser escrito, obediente às leis dos homens e principalmente, as de Deus. O BNB agradece e a missão continua. PS-Para fechamento, bem  poderia ser lembrado um antigo e famoso provérbio árabe, porém não há necessidade. Para gente inteligente e de fino trato, meia palavra ou nenhuma, basta.
 

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