“Sindicato roeu a corda”, alega movimento dos servidores de SJB
Arnaldo Neto 29/08/2016 11:16
Roer a cordaO movimento dos servidores públicos de São João da Barra, responsável por mobilizar a assembleia que deflagrou estado de greve e encabeçou o ato de 17 de agosto (aqui) com um dia de paralisação, não concorda com a negociação que o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São João da Barra (Sispusba) iniciou com a Prefeitura (aqui). Alegam que o Sispusba “rói a corda” ao aceitar as propostas sem nenhum tipo de negociação, ou contraproposta. Além disso, cobram que os pontos sejam discutidos em assembleia, já que a categoria continua em estado de greve e a diretoria não poderia se colocar “acima da assembleia”. A presença da Federação dos Servidores Públicos Municipais no Estado do Rio de Janeiro (Fesep-RJ) nesta fase de negociação também é questionada. Segundo o servidor Charles Santiago, membro do movimento, o sindicato não está respeitando a assembleia que convocou a greve. “Somente a assembleia pode aceitar qualquer tipo de negociação que seja feita com o poder público. A diretoria do sindicato não quer convocar a assembleia com os servidores para passar as informações. Nosso interesse como servidor nunca foi contrário ao do sindicato. Porém, o sindicato de SJB tem o vício de não escutar o servidor”, afirmou Charles, servidor do município há 15 anos. Ainda de acordo com Charles, o estado de greve decretado em assembleia só pode ser desfeito da mesma forma. “A diretoria está desrespeitando o estatuto e se colocando acima da assembleia. O estado de greve só pode ser encerrado pela assembleia”, disse o servidor, acrescentando a insatisfação com a presença da Fasep-RJ nesta fase de negociação: “Por que a Federação não compareceu antes? Porque a Federação não se fez presente na assembleia geral? Onde estava a federação quando cortaram nosso cartão alimentação? Onde estava a federação quando fomos para rua em protesto?”, questionou. Como este blog mostrou na segunda-feira (22), Sindicato e Prefeitura se reuniram em busca de entendimento. Entretanto, membros do movimento de mobilização alegam que o encontro foi feito fora do horário previsto para que eles, convidados, não participassem. O Sispusba nega que isso tenha ocorrido. O retorno do cartão alimentação, suspenso por meio de decreto em maio, ficou condicionado a uma consulta ao Ministério público Eleitoral (MPE), para saber se não configura em crime, já que o prefeito Neco (PMDB) é candidato à reeleição. Com relação aos planos de saúde e odontológico, o município se comprometeu a iniciar o procedimento licitatório para a escolha da operadora. A respeito da reposição salarial, a previsão é que seja feito em parcelas mensais, com 1% ao mês em nove meses, conta que fica para a próxima gestão municipal. – Dentro de tudo que já foi dito, ficou mais do mesmo. O servidor está satisfeito com isso? Por que não fazer o reajuste dentro da atual gestão? Vão ficar parcelas para a próxima gestão, serão cumpridas? O cartão foi suspenso por decreto, poderia voltar da mesma forma. Isso é negociação? – questionou Charles.

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