?Morar Feliz? na rota do crime em Campos
06/07/2016 20:07

Jhonattan Reis
Foto: Michelle Richa 

“Grande problema que contribui para a letalidade de adolescentes e jovens ligados ao tráfico de drogas é que houve mistura de pessoas de facções criminosas no mesmo espaço por conta das casas populares. Isso gera um conflito grande”. A afirmação é do chefe de serviço da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), Francisco Cardozo, durante Café da Manhã Comunitário realizado na manhã desta quarta-feira (6), na Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic). O evento, que é realizado mensalmente, tem a intenção de aproximar a sociedade de órgãos de segurança que atuam na cidade. No encontro desta quarta estavam presentes representantes do Poder Público Municipal, da sociedade civil organizada e de moradores de bairros de Campos.

— Quando essas casas populares do “Morar Feliz” foram divididas, acabaram juntando duas facções no mesmo espaço. Hoje temos, na mesma comunidade, a divisão por ruas. Em um lado há pessoas de uma facção e em outro lado já tem pessoas de outra. É impossível a convivência entre elas, devido à demanda do tráfico — apontou Cardozo, falando, ainda, sobre a divisão das residências. — As pessoas responsáveis por dividir esse espaço não tiveram o cuidado de chamar representantes da segurança no município para auxiliar em relação a isso. Seria relevante se a Prefeitura tivesse como redividir esse espaço, mas não sei se isso é possível — disse.

Ainda segundo o chefe de serviço da 146ª DP, a Polícia Civil realiza operações, em parceria com a Polícia Militar, em busca de melhorias na segurança em Guarus. “Isso para enfraquecer essas quadrilhas. O problema se dá em vários bairros, mas é mais evidente nas comunidades Sapo I e II. Nem todo mundo que mora nesses locais é envolvido com o tráfico, mas há parte considerável de pessoas que contribuem para essa situação”, afirmou.

Representante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) na reunião desta quarta-feira, o subcomandante, major Aluísio Luz, ressaltou a importância de parcerias para atuar na segurança em Guarus. “A PM sabe que é uma questão grave, mas ela sozinha não vai conseguir efetivamente agir naquela situação. Todos os órgãos públicos e a sociedade civil organizada têm que agir em cima dessa questão, que interessa a todos”, disse.

A Folha tentou contato com a superintendência de Comunicação da Prefeitura, sem êxito.

Café Comunitário — O evento é realizado na primeira quarta-feira de cada mês. Segundo o setor de comunicação social do 8º BPM, a participação da sociedade no café da manhã permite uma melhor integração, objetivando atingir resultados práticos e oportunos do interesse da comunidade.

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