A Tristeza de Uma Médica Diante da Morte de Mais um PM
Nino Bellieny 12/07/2016 15:32
NinoBellieny Ela trabalha no Marcílio Dias, hospital da Marinha do Brasil, no bairro Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio. Na noite do último domingo atendeu com a sua equipe ao soldado PM Victor Ric Braga Faria, assassinado com um tiro na cabeça. Apesar de todo empenho da profissional, o policial não conseguiu sobreviver. No Facebook ela postou uma selfie mostrando o jaleco ensaguentado e a indignação: "Até quando eu vou ter que consolar uma mãe que diz ‘como eu vou viver sem nunca mais ver meu filho?’.Até quando eu vou ter que escutar ‘o filhinho dele de 2 anos é tão apegado com o pai... como vai ser agora?’ Escutar ‘como eu vou aguentar ver meu filho de 24 anos num caixão?’.  Até quando, Meu Deus, até quando????”
Médica fez desabafo no Facebook sobre violência contra policiais (Foto: Reprodução/Facebook)Ft-Facebook Até agora 60 policiais morreram neste ano de 2016. O do HMD, foi a vítima de numero 59. Depois dele já foi outro e ao término de sua leitura desta matéria, provavelmente mais um.
Mal pagos, com atrasos consideráveis em seus salários, desmotivados e indefesos, continuam saindo de casa rumo ao caos de uma guerra sem rostos.
Atitudes como a da médica em defesa deles é rara. É mais fácil serem perseguidos, afinal, eles usam fardas, ostentam o nome nelas, sabe-se onde moram e o que fazem.
Enquanto os bandidos se entocam eles estão na linha de frente, alvos móveis, vidas perdidas em defesa de uma sociedade que prefere apedrejá-los a reverenciá-los.
Quando não houverem mais e as cidades ficarem à mercê como nos violentos filmes em que os heróis são rechaçados, será tarde.
Tarde demais.
 

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