Marcelo e Marcelo- A Revista Estilo OFF entrevista o Secretário de Saúde
Nino Bellieny 15/06/2016 20:11
Marcelo Poeys comanda uma das secretarias mais cruciais de Itaperuna e nessa entrevista fala dos inúmeros problemas a serem solucionados e dos projetos que vem tocando.  Na edição passada entrevistamos o prefeito Alfredão e buscamos saber o que ele pensa de sua administração e o que anda fazendo em posse da caneta de prefeito. Recebemos um feed back bem interessante da entrevista e lançamos mão a partir dessa edição de estabelecermos um papo com alguns secretários municipais para que o leitor saiba o que anda acontecendo de dificuldades, projetos e ações dentro e fora das paredes de cada secretaria. Sem tergiversações e intermediários, iremos, cara a cara, fazer as perguntas necessárias dentro da linha editorial que permeia a ESTILO OFF. Para inaugurar essa etapa de entrevistas, convidamos Marcelo Poeys, o secretário municipal de saúde. É ele quem tem a missão de administrar os projetos e buscar solucionar todos os tipos de problemas que infestam a área. Aos 43 anos, advogado por formação e militante assíduo do grupo político que encampa a prefeitura, Marcelo jamais tinha tido experiências anteriores na área de saúde e no início do governo foi titular da secretaria de receita. Foi escolhido por Alfredão para substituir o dentista Elias Daruis à frente da pasta e assumiu em novembro de 2014, onde acumulou as duas até janeiro de 2015. O intuito, segundo o prefeito, é dinamizar os trabalhos com um gestor à frente deles. Para contribuir na área técnica, o sub secretário é escolhido entre um profissional da saúde. Quem está à frente do posto é a médica Rosa Brum, que assumiu recentemente substituindo o também médico Antônio Bussade. Se a saúde é questão sine qua non em qualquer administração que preze a qualidade de vida de uma população, então vamos querer saber o que eles andam fazendo em prol do itaperunense. Se você também se preocupa com isso, então vem com a gente saber o que a prefeitura de Itaperuna pensa e age nessa área. Com vocês, o secretário. Marcelo Marcelo, de verde, em seu ambiente de trabalho   Por Marcelo Nascimento    Marcelo, você nunca tinha tido experiência na área de saúde antes? Não. É minha primeira vez. Nunca tinha passado por nenhuma experiência na área de saúde anteriormente.   Você assumiu a secretaria de saúde em uma atitude inédita, pois na história das administrações de Itaperuna todos os secretários eram médicos ou alguém ligado a área e você é um advogado. Como encarou esta missão? Pra mim foi uma surpresa muito grande. Recebi um convite do prefeito Alfredo à noite e no outro dia já estava secretário de saúde. Tive menos de 24 horas pra absorver aquilo. E foi surpresa pra mim também. Aceitei o desafio e encarei com coragem.   Você encontrou alguma resistência por ser de fora do meio? Inicialmente sim. E até mesmo dentro da secretaria de saúde tive resistências. Encontrei resistências por algumas pessoas acharem que por não ser da área iria implantar ou implementar alguma mudança radical, e esse não é o meu  perfil de gestão e nem o do prefeito. Aos poucos fui conquistando espaço e consequentemente os servidores perceberam que não necessariamente, pra ser secretário de saúde, tenha que ser da área. Acredito que tem que ser gestor e conhecer as leis.   O prefeito Alfredo falou na edição passada da revista que tinha mesmo essa ideia de colocar gestores em algumas secretarias, como ele colocou na saúde e na educação.  Porque você acha que foi escolhido nesta nova iniciativa para assumir a pasta? O prefeito Alfredo é muito inovador e gosta bastante de implantar várias mudanças. E como ele mesmo diz que quando trabalhava na área privada, sempre encarava as determinações de mudanças de setores da melhor forma possível. Ele tenta implementar isso no setor público desde que assumiu a prefeitura para ver os resultados. E às vezes algumas mudanças impactam no primeiro momento, mas depois os resultados começam a aparecer. E nada nessa vida é definitivo.  A gente tenta fazer mudanças, e se não derem certo, não tem porque não voltar atrás e mudar novamente.   Como você encontrou a secretaria? A secretaria de saúde, quando lá cheguei, já estava bastante azeitada pela gestão anterior, que foram o Dr. Juliano e Dr. Elias Daruis. Então muitas coisas que estavam com alguns problemas, inclusive com os relatórios de DENASUS, que tinham sido levantados da gestão anterior, já estavam sendo dados os primeiros passos de adequação e regularização daquilo que foi apontado como irregularidade no relatório. E nós demos uma continuidade implementando uma mudança e o nosso perfil na secretaria.   De forma prática, o que você conseguiu mudar que considera positivo pra população? O positivo ali é a questão do atendimento ao usuário do Sistema Único de Saúde, o SUS. Desde quando lá entrei empunhei uma bandeira que é a satisfação desse usuário. Então, enquanto for gestor, não medirei esforços e nem levantarei nenhuma barreira nem distância, nem para o usuário e nem para o servidor. Quando cheguei criei uma espécie de laboratório, levantando todos os problemas que tinham na secretaria e que achava que deveriam ser mudados e a aos poucos fui mexendo com algumas peças fundamentais para tentar fazer com que a engrenagem funcionasse da melhor forma possível pra tentar atingir o nosso objetivo que é a satisfação e o acolhimento do usuário. E graças a Deus tem surtido um resultado com isso.   Quais são os gargalos mais complicados que você percebeu ali ao assumir a secretaria? O grande problema da secretaria de saúde à época era a falta de um controle de uma gestão dos recursos federais e estaduais. Esses recursos caiam em praticamente um bloco de verba e isso dificultava bastante o direcionamento delas dentro da secretaria. E lá chegando  implementei uma mudança radical no setor de contabilidade, que dá um pouco mais de trabalho aos profissionais, mas consequentemente passamos a ter uma segurança muito maior na destinação daquelas verbas. Ou seja, hoje nós temos em torno de mais de 130 contas bancárias que foram desmembradas. É uma conta para cada programa da área da saúde. Então hoje a gente sabe perfeitamente qual é a verba destinada para determinado programa e o que a gente tem pra gastar, pra investir e para fazer os pagamentos necessários.   E o maior entrave hoje? A assiduidade do servidor público, o comprometimento com a administração pública, isso é pra mim primordial. Eu acho que o servidor tem que ser comprometido com aquilo que ele se propõe a fazer, até porque ele esta ali para isso. Então a gente tem ainda alguns problemas pontuais na secretaria. Mas conseguimos com um grande número de servidores, dar uma trabalhada e avançar muito na mudança de tratamento deles para com o usuário, o que é o nosso objetivo maior. Porque o usuário do SUS, saindo dali satisfeito, pra nós é uma vitória muito grande. Acredito que todas as pessoas que saem de suas casas para procurar um setor público já vão com um pré-conceito formado e imaginando que irão passar raiva. E quando se trata da área de saúde, além desse pré-conceito, a pessoa ainda leva consigo um problema de saúde seu ou de um familiar. Então é natural que ela já esteja abalada psicologicamente. Qualquer forma de atendimento inadequado é um motivo para a pessoa explodir e sair insatisfeita com o atendimento. E essa é a nossa briga maior, nosso lema de gestão, que é justamente estar trabalhando o servidor público para que ele seja comprometido com o que faz e com o usuário do SUS.   E a visão do prefeito Alfredão em relação à saúde? O que ele te cobra? O Alfredo sempre me cobrou muito essa questão de mudança positiva no que tange a satisfação do usuário. Ele quer que o cidadão seja bem atendido. Outra determinação forte dele é sempre manter os pagamentos dos funcionários rigorosamente em dia. O servidor tem que estar satisfeito e isso inclui o pagamento na data certa. É uma via de mão dupla.     Agora uma pergunta que a maioria da população gostaria de fazer. Como acabar de vez com as filas intermináveis que insistem em se formar nas madrugadas no posto de saúde para marcar consultas? Isso é um incômodo muito grande. Foi uma cobrança também do prefeito Alfredo quando me colocou a frente da pasta. Vamos implantar o prontuário eletrônico no atendimento médico em todos os postos de saúde, UBS, subpostos e em todos os setores de saúde e esse sistema vai estar interligado via internet. Nossa proposta é descentralizar o serviço. O cidadão vai poder marcar sua consulta ou pegar autorização para exames diretamente numa unidade de saúde mais próxima de sua casa. Nesse prontuário vai estar toda a situação do cidadão e ali teremos um controle mais amplo de tudo que se refere a ele. Acho que isso vai dar uma guinada muito grande na operacionalização do trabalho e acabar com as filas do posto Raul Travassos. Mas para isso dependemos de algumas pendências em relação a licitações, sistemas de internet para distritos que estão mais longe e em muito breve estaremos com tudo funcionando. Estou empenhado nisso.     Então quer dizer que vamos acabar também com aquele jeitinho de vereador ou outro agente político de conseguir uma consulta de forma prioritária para eleitores? Exatamente. Isso daí também é outro resultado que virá em cima de todo esse sistema de informatização. Porque tudo que a gente tiver de serviço a ser oferecido pra população vai estar disponível nesse sistema que será interligado em todos os setores da saúde. E isso tudo é salvo num banco de dados em nuvem, ou seja, qualquer setor, qualquer servidor que tenha a senha de acesso, vai poder visualizar as informações e poder agendar e marcar consulta e exame para todos os usuários que procurarem e necessitarem sem nenhum tipo de interferência de outras pessoas.     Agora vamos falar na atual situação. Qual o prazo médio em que o cidadão consegue hoje agendar uma consulta ou exame na rede municipal? Hoje na rede dependendo do exame, se for simples, em torno de 15 a 20 dias no máximo. Se for um exame mais complexo, de 30 a 45 dias no máximo, ou até antes dependo do exame. A gente conseguiu implementar um sistema de atendimento que tem fluído muito bem. E muito disso tem a ver com a valorização do funcionário. Um funcionário bem tratado atende bem o cidadão.     Você acredita que há possibilidade de ainda melhorar essa situação do prazo? Ou você acha que o prazo, a nível de Brasil, é razoável? A nível de Brasil acho que seja um prazo razoável, porque em tempos de crise como estamos acompanhando em todo o país, termina por algumas cidades não darem conta do atendimento e os exemplos são expostos todos os dias nos jornais. Temos aqui em Itaperuna uma referência que é o hospital São José do Avaí, e por ter essa referência e estarmos hoje com a secretaria e os prestadores da área de saúde trabalhando de forma unida e tendo um atendimento satisfatório a toda população, isso tem chamado muito a atenção de todo o estado do Rio de Janeiro e até de outros estados. A gente já recebia muita gente de fora, mas com a crise estamos recebendo mais gente ainda para ser atendido no hospital. E esse movimento está aumentando muito e isso nos preocupa. Não podemos negar atendimento a ninguém na área de saúde, mas a nossa prioridade é atender ao usuário de Itaperuna e Noroeste Fluminense. Temos implantado um controle mais rigoroso com relação à chegada de pacientes de outros estados.   Gostaria que você explicasse o que tem feito para proteger o cidadão itaperunense e dar essa prioridade a ele? Nós temos implantado no estado do Rio o sistema de PPI. O que é isso? É um sistema que cada município que tenha interesse, consulta o gestor de outro local que vire referência em determinado procedimento na área de saúde e esse gestor manifestando a possibilidade de aceitar um recurso financeiro, o município de origem então remaneja uma verba para o município que vai executar o serviço. Vou citar um exemplo. Um município vizinho ao nosso que não tenha condições de atender em determinadas áreas em sua localidade, entra em contato conosco e pede permissão para disponibilizar uma determinada verba para determinados procedimentos para que os cidadãos daquela cidade sejam atendidos aqui. Se resolvermos aceitar, eles enviam a verba pra gente e nós pagamos diretamente aos prestadores de serviço o tratamento feito pelos cidadãos de lá. Enquanto aquela verba for suficiente nós vamos pagando. Ou seja, não pagamos tratamento para pessoas de fora com o dinheiro do itaperunense.   Você é ciente do que a opinião pública pensa a respeito da saúde de Itaperuna? E o que você concorda e discorda em relação a isso? Sempre estou muito próximo do usuário do SUS e procuro sempre atender através das redes sociais, telefone e até na rua. De forma alguma crio nenhuma barreira nesse atendimento e atenção ao usuário, mesmo porque além de ser meu perfil é determinação do prefeito Alfredo. E escuto de muitas pessoas elogios, críticas e na grande maioria das críticas concordo plenamente e as valorizo. Só temos como saber se estamos tendo um problema em determinado setor se as críticas chegarem. As criticas que me chegam e as feitas diretamente na Ouvidoria, busco solucioná-las o quanto antes na medida do possível.   Há notícia de que no início deste ano Itaperuna estava em primeiro lugar no ranking das cidades do estado com problemas de infestação de Zica e Chikungunya. Queria que você me confirmasse isso, o que na verdade seria um caso preocupante. Estamos em junho, como é que anda essa situação? Realmente no início do ano tivemos um quadro crítico com relação ao Aedes Aegypti e os casos novos da Zica e Chikungunya. Foi um fato novo para todos da área de saúde que não tinham ainda nenhum protocolo de atendimento, nem de como proceder no atendimento ao paciente que tivesse com a doença. Mas isso não era a nível de Itaperuna e sim nacional. Graças a Deus, com as orientações que a gente sempre busca na Secretaria de Estado de Saúde e junto ao Ministério da Saúde e o apoio que tivemos, conseguimos combater esta epidemia e hoje estamos com esse índice controlado.     A UPA foi de suma importância pra região quando se fala em acesso a consultas e procedimentos urgentes. Houve notícias de que ela passava por problemas graves, inclusive o prefeito Alfredão disse na entrevista da edição passada que a prefeitura está arcando mais com a UPA do que deveria. O que de fato está acontecendo? Realmente a UPA é regional e atende mais 13 municípios do Noroeste Fluminense. O correto do sistema é receber verbas mensais do governo federal, estadual e a prefeitura entra com uma contrapartida menor. Atualmente nossa UPA só recebe o recurso federal e a contrapartida do município. Pra você ter ideia o repasse mensal do estado, que é de 400 mil reais, o último que a gente recebeu foi em março de 2015, ou seja, hoje nós estamos com quinze meses em aberto desse repasse que chega aí a casa de 6 milhões de reais de dívida do estado para conosco. Para não fechar as portas o prefeito Alfredo determinou que fizéssemos um esforço e, portanto, estamos colocando, além da nossa contrapartida, mensalmente os 400 mil reais que deveriam vir do estado. É um investimento alto que não é para ser nosso. Mas como iremos fechar as portas e deixar a população sem atendimento?   Se a UPA é de atendimento regional, porque então que neste momento de intensa crise não se divide a responsabilidade financeira com os demais municípios que a usam? Não seria um contra-senso bancarmos essa estrutura sozinhos enquanto todos fazem uso dela? Isso já foi tema de reunião entre secretários e prefeitos da região noroeste. Só que o que ocorre é que neste momento de crise todos os municípios, infelizmente, não disponibilizam de recurso financeiro para realocar na UPA. Como Itaperuna tem esse crédito a receber do estado, estamos investindo esse dinheiro na confiança de que eles venham a nos ressarcir. Já há também uma discussão para reajustar os aportes do estado para as UPA´s, levando em consideração a atual crise que passamos hoje no Rio. Mas muita coisa hoje a cidade de origem do paciente é que cobre as despesas. Por exemplo, se um paciente de uma cidade vizinha chegar aqui na UPA e precisar ser transferido para o Rio ou outro lugar mais longe, é a prefeitura de origem quem tem que levá-lo. Conseguimos um acordo também para que a cada trimestre haja uma revisão nos estoques de remédios das prefeituras vizinhas e muitos deles estão sendo enviados para cá. Ou seja, há uma boa vontade das cidades por perto em ajudar a UPA na medida do possível para cada uma delas.   Agora para o leitor ficar mais ciente, qual a diferença entre a UPA e o Posto de Urgência? O PU é um atendimento imediato ao usuário do SUS.  Lá também tem o atendimento de urgência e emergência, porém não tem aqueles equipamentos mais complexos que possam fazer exames e ter resultados imediatos. A UPA hoje tem todos os equipamentos e suporte pra dar ao usuário do SUS e fazer o atendimento de urgência e emergência e os exames necessários com resultados imediatos.  Em caso de agravamento de estado do paciente a UPA tem hoje quatro leitos e um quinto leito reserva na sala vermelha totalmente equipado como se fosse um leito de UTI  do próprio HSJA.     E a situação das farmácias da secretaria, como é que está? Desde quando assumi a secretaria tínhamos ali um problema muito sério com relação à aquisição de medicamentos e conseguimos regularizar. Hoje todos os medicamentos que são adquiridos pela secretaria são por meio de processo licitatório. Nós temos a farmácia judicial, a farmácia básica e a de medicamentos especializados. A de especializados são para aqueles medicamentos mais complexos. A grande maioria dos pacientes não tem enfrentado dificuldade na retirada desses medicamentos. A farmácia judicial é outra a qual temos dado total atenção. E a farmácia básica é uma que nos causa um certo problema, pois por mais que a abastecemos mensalmente, há aqueles usuários que vão lá e retiram remédios além do que podem consumir num mês. Eles estocam em casa. Com o novo sistema de atendimento online que teremos e interligará tudo, acabaremos com esse problema. O usuário só poderá tirar o remédio suficiente para uso dentro do mês. Quando acabar ele poderá voltar e retirar novamente.   A relação da Secretaria de Saúde com o Hospital São José do Avaí nem sempre foi das melhores. Qual é a relação que se mantém hoje? Por determinação do prefeito Alfredo temos um relacionamento aberto e positivo entre secretaria e a diretoria do hospital e com os profissionais que lá prestam serviços. Temos uma credibilidade muito grande porque a gestão que elaboramos faz com que tudo que é devido ao hospital chegue lá de forma rápida e correta. Não há hoje, por nossa conta, nenhum atraso em pagamentos com o hospital. Por isso a prefeitura e o prefeito gozam de uma credibilidade bastante consistente nessa relação. Isso só contribui para o melhor atendimento à nossa população.   Recentemente o Ministro da Saúde Ricardo Barros, do governo interino de Michel Temer, afirmou que o SUS poderia ser diminuído. Você concorda com a afirmação dele? Não concordo e isso está gerando uma polêmica muito grande entre nós secretários de saúde. Acho que o SUS hoje, entre aspas, é o melhor plano de saúde que existe a disposição do cidadão e do usuário. Porque afirmo isso? Porque hoje no SUS você faz desde uma sutura ou um curativo até uma cirurgia de média e alta complexidade a custo zero para o cidadão. E isso a gente tem conseguido diante da nossa credibilidade perante a administração do hospital e com o bom relacionamento com a secretaria de estado de saúde. Reduzir isso seria um retrocesso. O gasto é muito grande? É. Mas o cidadão que recolhe seu imposto, que cumpre com suas obrigações, não pode perder nada e merece o melhor. O SUS precisa ser expandido, melhor trabalhado e fiscalizado e nunca diminuído.   E em relação ao imbróglio dos animais de rua? Há uma promessa do prefeito Alfredo e uma cobrança em cima de nós na secretaria para que tentemos logo reativar o canil municipal. O prefeito procurou conhecer alguns canis em outras cidades levantando os custos e tomamos um susto com o valor que se investe numa estrutura bem feita. Tem que ser criado um verdadeiro hospital para animais, com profissionais da área, alimentação adequada e medicação, por exemplo. De acordo com a Vigilância Sanitária devemos ter em média uns quatro mil animais soltos pelas ruas da cidade. Imagina a despesa? E não podemos usar verba do SUS para criar um canil. Esse recurso tem que ser municipal. O prefeito então determinou um esforço de várias secretarias e criamos o projeto Pata Amiga. Esse projeto é um protótipo de castração de animais. O animal é recolhido, castrado e feita uma chipagem nele. Nesse chip vão constar todos os dados do animal. Já estamos fazendo isso nos animais de rua e logo iremos começar a atender também os animais de famílias carentes.   Quais foram as grandes conquistas que acredita ter alcançado de forma a mudar o cenário da cidade na área da saúde? Primeiramente quero expor aqui o mérito de toda uma equipe. Não sou eu sozinho. O que alcançamos de resultados é mérito de um conjunto de funcionários dispostos a trabalhar e fazer bem aquilo que lhe é proposto. Tem também a ingerência constante do prefeito Alfredo que cobra incisivamente que busquemos resultados positivos na secretaria. Agora, falando de conquistas, posso garantir que conseguimos algumas vitórias bem interessantes que convergem todas em benefício único do cidadão. Um destaque importante foi o “Programa Saúde da Mulher”, que passou de penúltimo colocado para primeiríssimo no ranking estadual no ano de 2015. Conquistamos o credenciamento de vários serviços de média e alta complexidade, dentre eles os serviços de Oncologia e Braquiterapia para pacientes no tratamento do câncer, que antes tinham que se deslocar para o INCA, na cidade do Rio de Janeiro, para realização de seu tratamento, e hoje esses serviços estão disponibilizados no Hospital São José do Avaí credenciado ao SUS. Ou seja, gratuitos. Construímos novas Unidades Básicas de Saúde – as UBS - , reformamos e ampliamos Postos e Subpostos de saúde, o que possibilitou uma reestruturação da rede SUS, ocasionando no fortalecimento dos Programas de Saúde, voltados à Atenção Básica, e tivemos um aumento significativo nos serviços médicos e odontológicos que oferecemos à população. Cito com orgulho também que atualmente, através do NASF – Núcleo de Atendimento à Saúde da Família, estruturamos equipes para a realização de atendimentos domiciliares a pacientes acamados, utilizando profissionais da nossa rede, que são os médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, psicólogos, beneficiando mais de 200 pacientes por mês. Reativamos o Programa de Combate ao Tabagismo e o Centro de Convivência do Idoso; criamos o Programa “Saúde do Homem”, com um espaço e profissionais exclusivos para atendimento a esse público alvo; fortalecemos o Programa de Saúde Mental que hoje dispõe de 06 unidades  - os chamados CAPS 1 e 2 – psicosocial e AD - álcool e droga; CAPS i – infantil; duas Residências Terapêuticas – masculina e feminina, e um ambulatório. Estamos partindo para a criação da Terceira Residência Terapêutica e em fase de análise para transformação do CAPS 2 em CAPS 3, que funcionará 24 horas. Estamos em fase de estruturação e implantação do serviço de Equoterapia. Realizamos o “Chamamento Público” para regularização contratual dos prestadores de serviços SUS e credenciamento de novos prestadores na área de saúde, bem como, firmamos parcerias e convênios com a UNIG, Redentor e Fundação São José. Acho que isso já dá um bom gás na saúde de Itaperuna. Mas precisamos de mais e vamos correr atrás disso.

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