"Santa Casa de SJB fecha em um mês", diz provedor
Arnaldo Neto 26/06/2016 13:08
Santa_Casa“A Santa Casa de São João da Barra suporta um mês só. Paga uma folha de pagamento e fecha”. A previsão é do provedor da instituição, Diogo Berto. Segundo ele, a Prefeitura tem uma dívida de R$ 4,1 milhões com a unidade. O débito é acumulado do atraso dos repasses do convênio desde outubro do ano passado. A Santa Casa é o único hospital do município e atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O risco de a unidade fechar foi levantado pela própria administração, que neste mês emitiu uma nota à imprensa listando as dificuldades que encontra para manter o atendimento à população sanjoanense. O prefeito de São João da Barra decretou no último mês emergência econômico-financeira devido à queda de receitas. Contestada sobre como faria para sanar a dívida com o hospital e se há interesse de manter o convênio, por meio de sua assessoria, a Prefeitura não respondeu. Pela previsão do administrador da unidade hospitalar o próximo mês pode ser o último de atendimento da instituição fundada em 1873. De acordo com Diogo, a Santa Casa atende com maternidade, clínica médica, cirurgia e ambulatório: “Praticamente tudo que o município necessita. Só não faz cirurgia de alta complexidade, porque aqui não tem UTI, e a emergência, que é atendida pelo Centro de Emergência do município”, disse o provedor. Sem solução até agora, a direção da Santa Casa decidiu levar o caso ao Ministério Público. Diogo contou que na última quinta-feira aconteceu uma reunião para saber como pode ter ajuda para tentar chegar a um acordo com a Prefeitura. “A gente aguentou oito meses, com a folha salarial mais o custo fixo, com recursos do fundo de reserva do hospital. Só que agora o dinheiro acabou. A gente está há oito meses sem receber o repasse da Prefeitura”, afirmou. Quem também se sensibilizou com a situação da Santa Casa foi o ex-prefeito Betinho Dauaire (PR), que ficou à frente do Executivo de 1997 a 2004. Na última semana ele esteve na Santa Casa e resumiu o quadro que encontrou: “Triste ver o contraste entre o investimento realizado e a atual falta de recurso. Você olha as salas todas arrumadinhas, mas sem ninguém trabalhando. É uma sensação ruim”. O convênio entre a Prefeitura e a Santa Casa foi firmado pela primeira vez no governo de Betinho, mantido nas duas gestões da ex-prefeita Carla Machado (PP) e também no governo Neco (PMDB), com parcelas quites até setembro do ano passado. Neste ano, mesmo com três parcelas atrasadas do ano anterior, o convênio foi renovado. Diogo afirmou que entende o atual quadro econômico do município, mas o médico cobra uma solução. “A gente entende a crise, mas a gente precisa de dinheiro para manter o hospital aberto”. Publicado na edição deste domingo (26) da Folha da Manhã. Confira a matéria completa aqui, na Folha Online.

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