Soda Cáustica Para Um 1º de Maio
Por Luciana Portinho*
Hoje fui ao Mercado Municipal, tempo não ia. Para quem não é de Campos, o nosso mercado é, como grande parte dos mercados nacionais: pobre, sujo e curioso. Tem desde a hortaliça mais tenra, dos biscoitos e variadas farinhas, até galinha vivinha para a degola doméstica (é tirar o sangue quente mesmo, misturar com vinagre e fazer um belo de um molho pardo) isso sem falar nos porquinhos da Índia vivos, não faço ideia do que podem querer fazer com eles e, nos múltiplos temperos.
1kg de batata inglesa, 6 reais. Um reduzido brócolis "americano", 5 reais. Um amarrado pequeno (mesmo) de couve, 2,5 reais. Comprei dois (5 reais, afinal a couve encolhe) quero fazer um caldo verde.
Pergunto ao rapaz que me atende em umas das bancas. Curiosidade.
Você é a favor ou contra a Dilma?.
Não sei, não voto.
Sim, mas das pessoas que conhece, com quem convive, no seu bairro, a maioria é contra ou apoia? Ah, a maioria é contra.
Pudera. Só quem vive do (s) governo (s) não sente a carestia. Só.
Desde que me entendo por gente, esquerda defende (defendia) o trabalhador. Estranho que quem hoje no Brasil defenda a racionalidade na administração, o fim dos privilégios, a não privatização do Estado, seja a direita, ou a vastíssima centro direita.
Continuo, onde sempre estive. Na esquerda e distante de tudo isso aí. Para mim, esse arranjo que se autoproclama esquerda, pode ter sido, ou foi e não é. Se descaracterizou, historicamente desmoraliza a esquerda, perdeu o rumo. Abriu mão dos princípios. E quando os princípios não são resguardados, danou-se, quem somos?
Abatida.
Tá fogo! Vida que segue.
Luciana tem um blog
aqui Folha Online