Grupo de Greve no Liceu de Humanidades de Campos se Manifesta
Nino Bellieny 05/05/2016 10:56
EXCLUSIVO PARA O BNB
A greve é um direito constitucional. É uma forma do trabalhador reivindicar melhores condições de trabalho. No caso do professor, melhoria na educação, sucateada há anos por governos que não a priorizam. A qualidade da educação básica da rede pública tem sido um desafio cada vez maior.
É por conta disso que decidimos lutar! Seria mais cômodo silenciar e manter a inércia, mas não conseguimos, em nós corre uma veia subversiva a esse sistema excludente que insiste em prevalecer.
Não conseguimos nos calar e nos acomodar diante da falta de professores em nossas escolas, de um currículo mínimo que não corresponde ao que é cobrado no ENEM e nos vestibulares de universidades públicas, diante da falta de estrutura que acompanhamos dia após dia. É preciso entender que a Educação no Brasil perpassa uma questão de classe. Sem compreender a dimensão disso, não entenderemos o porquê da luta nem hoje nem nunca. Ficaremos presos ao individualismo e ao egoísmo.
Há algumas questões que gostaríamos de pontuar sobre os motivos da greve:
1) Questionamos a quantidade de escolas sem coordenadores de área, com déficit de profissionais em várias disciplinas.
2) Questionamos a falta de infraestrutura necessária: porteiros, inspetores, funcionário para xerox, funcionários da limpeza, salas bem equipadas.
3) Questionamos a disparidade na qualidade entre a educação básica privada e pública.
4) Questionamos a falta de reajuste há dois anos, o salário parcelado, a mudança no dia do pagamento.
 
Entendemos que a greve é um processo desgastante para toda a comunidade escolar, no entanto, não conseguimos sucesso em nenhum outro caminho de diálogo com o governo. Tranquiliza-nos saber que exemplos como o do IFF e o das escolas de aplicação das universidades, que veem na greve uma luta pela educação de qualidade, tenham logrado êxito, alcançando os melhores desempenhos educacionais do país. Não sentimos constrangimento pela greve, por ela ser legal e pelos bons exemplos que temos, mas nos solidarizamos com o desgaste de cada indivíduo envolvido nesse processo. Sentimos constrangimento por pertencermos a um país onde a educação precisa entrar em estado de greve para lutar por qualidade.
Professores Grevistas do Liceu de Humanidades de Campos
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