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Marcelo Odebrecht está preso em Curitiba desde o ano passado (Reprodução/TV Globo)[/caption]
A manchete deste domingo (8) do jornal
Folha de S. Paulo (
aqui) informa que Marcelo Odebrecht relatou a procuradores da operação Lava Jato, em roteiro para negociar sua delação premiada, que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega eram os responsáveis por cobrar doações para a campanha de Dilma Rousseff em 2014.
Segundo o empreiteiro, ex-presidente e herdeiro do grupo que leva seu sobrenome – e que está preso desde junho de 2015 no Paraná –, Coutinho e Mantega dividiam a tarefa de obter o compromisso de doações entre empresários que tinham financiamento do BNDES para projetos no exterior.
As declarações de Odebrecht são uma tentativa de fechar acordo de colaboração com o qual conseguiria benefícios, como a redução de pena. Ele já foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e por integrar organização criminosa.
Apesar das revelações, a Lava Jato ainda não fechou o acordo de delação premiada. Os procuradores cobram que o empresário explique como funcionaria o esquema de financiamento de projetos no exterior de empreiteiras brasileiras por meio do BNDES.
A
Folha de S. Paulo apurou que a Lava Jato acredita que Odebrecht pode trazer novidades nesta área, na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendia interesses de construtoras brasileiras na disputa de projetos na América Latina e na África.
As obras financiadas pelo banco de fomento no exterior e executadas pela Odebrecht tiveram um salto a partir de 2007. De 1998 a 2006, a média anual de financiamento de obras da empresa fora do Brasil era de US$ 166 milhões. De 2007 a 2014, passou para US$ 1 bilhão.
Em Campos – A Odebrecht foi responsável pelas obras do Morar Feliz, interrompidas, segundo a empresa, por falta de pagamentos a partir de 2014. O valor dos contratos da empresa no município chegam a quase R$ 1 bilhão. Uma planilha na casa de Benedicto Barbosa Silva Júnior, representante da empresa que assinou o contrato em Campos. Expectativa é que as planilhas cheguem à Procuradoria-Geral da República nos próximos dias. Entre os citados nas planilhas estão políticos do Rio de Janeiro, como o clã Garotinho.