Campos e Quissamã perdem oportunidade histórica
Christiano 30/04/2016 11:26

O ex-secretário de Desenvolvimento e Turismo de Quissamã, Haroldo Carneiro da Silva, fez um desabafo nessa semana em seu Facebook sobre a perda da Edson Chouest da Barra do Furado para o Porto do Açú. Os impostos, empregos e atividades que seriam gerados para Campos e Quissamã foram parar em São João da Barra.

Haroldo relata que a Edson Chouest chegou a assinar um termo de compromisso para montar a sua base em Barra do Furado. Em função das incertezas, instabilidade e falta de vontade política em Campos, a empresa estadunidense acabou assinando e estabelecendo base no Porto do Açu, que ficará com todos os benefícios que um contrato deste vulto com a Petrobras gera.

Confira abaixo o relato, enviado por e-mail:

É com profunda tristeza que neste mês de abril, consolidou-se uma grande perda de oportunidade que marcará para sempre a história de Campos, e, por consequência, também a de Quissamã, quando vemos a notícia que a Edson Chouest, uma das 2 primeiras empresas âncoras que iria se instalar em Barra do Furado, conseguiu a licença de operação e licença de Navegação da ANTAQ, começando a operação da sua base de apoio offshore neste mês de abril no Açu. A Chouest chegou a assinar um Termo de Compromisso com Campos e Quissamã, para montar a sua base em Barra do Furado. Em função do atraso das obras, optou pelo Açú. É muito frustante vermos que durante 6 anos do Governo do Armando Cunha Carneiro da Silva, entre 2006 e 2012, com toda instabilidade política de Campos, que teve 6 prefeitos neste período, com muita habilidade, nós conseguimos fazer o projeto, aprovar a licença ambiental, atrair 5 empresas de grande porte (uma delas era a Chouest), conseguir R$ 70 milhões com os Governos Federal e Estadual, licitar, iniciar a obra e, para nosso desgosto, ver tudo parar em 2013. Em 2006, quando Campos estava às voltas com a eleição extemporânea do sucessor do Prefeito cassado, Carlos Alberto Campista, sob a liderança do Prefeito de Quissamã, Armando, nós conseguimos, com apoio do secretário de Energia e Petróleo do Estado do Rio, Wágner Vícter, juntos articular 2 empresas âncoras para se instalar no que seria o Complexo Logístico e Industrial de Barra do Furado. Passado as eleições de Campos, com apoio do Estado, o Prefeito Mocaiber se integro no Projeto de Barra do Furado. Em julho de 2006, com pompa e circunstancias, a Governadora Rosinha Garotinho, junto com os Prefeitos Mocaiber e Armando, lançaram a pedra fundamental de Barra do Furado, junto com 2 empresas âncoras: Acker Promar, estaleiro norueguês que se instalaria em Quissamã, e Edson Chouest, base de apoio offshore americana, uma das maiores do mundo, que se instalaria em Campos. A partir daí, começou-se uma corrida contra o tempo para se conseguir o projeto para viabilizar a navegação na foz do Canal das Flexas, Licença Ambiental, estudos de impactos sociais das obras, feito pela UFF, convênios com o Estado e o Governo Federal para viabilizar recursos para obras. Enfim, uma séria de ações para implantar o Complexo. Na ocasião a Prefeitura de Campos prometeu a Chouest um terreno para a empresa se instalar. A empresa americana chegou a investir mais de R$ 200 mil reais na licença ambiental do terreno, que não foi viabilizado pela Prefeitura de Campos. Com isso, esta grande empresa, que tem cerca de 70 navios offshore no Brasil e 130 nos EUA, desistiu do projeto,e, somado ao atraso das obras, foi para o Açú. Por seu lado, Quissamã viabilizou de forma gratuita o terreno para a STX, antiga Acker Promar. O que mais impressiona é que Campos parece não ter se apercebido da grande oportunidade que é o Complexo, em termos de emprego e desenvolvimento, escalando sempre secretários sem apoio para tocar o projeto, e não dedicando a atenção devida a um projeto que poderá ainda mudar a história econômica da nossa região. Acabei de conversar com o Presidente da Chouest no Brasil, que me informou que o contrato com a Petrobras no Açú é por 30 anos. Isso era para ter sido em Barra do Furado. A falta de competência dos atuais governos, fez com que Quissamã e Campos perdessem uma grande oportunidade. Mas nem tudo está perdido. Barra do Furado tem licença ambiental, projeto e, com vontade política, pode atrair bons empreendimentos, já que tem uma localização privilegiada. Apesar da crise atual, no médio prazo, a atividade do petróleo tende a soerguer, e, viabilizar a vinda de outros empreendimentos, além da pesca, que sempre será uma atividade importante para a região.

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    Christiano Abreu Barbosa

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