Câmara sem sessão e debate da Lava Jato: "Hoje a culpa é de quem?
Suzy 06/04/2016 09:00
fachada camara   Pela quarta vez consecutiva, a Câmara de Campos não realizou sessão por falta de quorum. Os trabalhos foram abertos por Thiago Virgílio (PTC), que, após realizar chamada, verificou a presença de nove vereadores, fechando a sessão em seguida. Como acontece há 15 dias, o debate em torno dos nomes da prefeita Rosinha, do marido Garotinho e da filha e deputada Clarissa ficaram para semana que vem. Se houver quórum. De acordo com o líder da oposição, Nildo Cardoso, ele fez questão de pedir que fossem a gabinetes verificar se não havia mais vereadores: "Ontem a culpa por não haver sessão era da oposição. Hoje a culpa é de quem?" Além de evitar o debate sobre a Odebrecht, nos corredores, fala-se que está havendo uma discussão sobre o horário das sessões - antes eram 17h e depois passaram para 8h30. O horário seria motivo de reclamação por ser considerado muito cedo por alguns parlamentares. Para Tadeu To Contigo, isso é um absurdo: "Dizer que 8 e meia da manhã é cedo para ter sessão é, no mínimo, um deboche com o trabalhador que, muitas vezes, acorda de madrugada, pega transporte lotado e no fim do mês ganha salário mínimo. O vereador é muito bem remunerado para reclamar de horário de trabalho." Mais reações: Para o vereador Fred Machado, isso causa vergonha diante da população: "Somos trabalhadores como qualquer outro". Confira abaixo vídeo dele no face: fred sem sessão Marcão: "Mais uma vez o debate ficou adiado por falta de quórum . Acho que devido ao aniversário da prefeita hoje , ninguém da bancada do governo estava afim de dar de presente essa grande dor de cabeça que é a discussão das doações da odebrecht para os garotinhos e a operação Lava Jato" A edição de hoje da Folha traz matéria falando sobre a polêmica envolvendo o esvaziamento da Câmara desde a divulgação da lista da Odebrecht (Confira aqui) Entenda: No último dia 23, a divulgação de uma super lista da Odebrecht trouxe os nomes de mais de 200 políticos, entre eles, o clã Garotinho: A prefeita Rosinha, o marido Garotinho e a filha e deputada federal Clarissa. Confira aqui. Na edição do último dia 27, a Folha da Manhã mostrou que a relação entre a construtora envolvida no escândalo da Lava Jato e a Prefeitura de Campos é antiga. Em 2009, a Odebrecht foi responsável pelo contrato para construção das casas do Morar Feliz. A própria Folha antecipou em maio daquele ano que a Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), incorporada ao Grupo Odebrecht, seria a vencedora da concorrência pública. Após a denúncia, os envelopes ficaram lacrados por meses, mas, em setembro, veio a confirmação.Confira aqui. Sobre a lista, os Garotinho afirmaram tratar-se de doações legais, porém, como é possível conferir aquisobre Garotinho não consta nos registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nenhuma doação feita pela Odebrecht em 2010. No caso de Rosinha aqui e Clarissa  aqui  embora nas planilhas achadas na casa de Benedicto não conste o ano do repasse, investigação e defesa trabalham com o ano de 2012, quando Clarissa perdeu a eleição à Prefeitura do Rio, como vice Rodrigo Maia (DEM), e Rosinha se reelegeu prefeita. Não há em 2012 nenhuma doação direta da Odebrecht às duas, só ao PR e ao DEM, A lista apreendida pela Polícia Federal em que constavam os nomes dos Garotinho estava no poder de Benedito Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht e que assinou, com a prefeita Rosinha, o contrato do Morar Feliz, como é possível conferir em matéria da Folha (aqui). Com atualizações. Confira a matéria completa na edição de amanhã da Folha da Manhã.

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    Suzy Monteiro

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