Palavra de ordem
Mariana Luiza 22/01/2017 01:21 - Atualizado em 19/05/2020 15:47
Não sou ameaçada apenas pelos inimigos de fora. Pelas balas perdidas, pelas armas desgarradas, pelos policiais que se esquecem de defender o povo. Não sou ameaçada apenas por projetos políticos que irão beneficiar uma minoria, por juízes que vendem sentenças, por motoristas que trafegam bêbados. Não sou ameaçada apenas pelos que têm fome de comida e entorpecentes e lutarão com facas, estiletes e armas de brinquedo para garantir seu pedaço de pão ou ilusão negados pela sociedade. Não sou ameaçada apenas pelos que têm tudo. Pelos que comem em excesso e desperdiçam o muito que têm e não precisam. Não sou ameaçadas apenas por aqueles que, como eu, nem sempre sabem viver na coletividade. Não sou ameaçada apenas por muitos de nós que pouco sabemos compartilhar. Dentro de mim, bactérias, vermes, células cancerígenas aguardam o tempo de alardear sua presença. Pessoal, direta e intransponível. Vermes, protozoários, bactérias me ameaçam o tempo todo, sem contar meu pensamento, meus vícios e minhas possíveis células autodestrutivas. Em tempos de guerra e doença coletiva, AMEaça é a palavra de ordem.

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