O Velho Filme Repetido da Política
Nino Bellieny 11/04/2016 08:36
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Nathália Schuwartz As cenas são diferentes, mas o roteiro é igual: todo início de ano eleitoral traz consigo a idéia de reforma. Olhem por cima do muro de histórias passadas e vejam no corredor  as pegadas de sucessivos impulsos reformistas: reforma agrária, econômica, tributária,  urbana, rural, educacional, judiciária, fiscal, constitucional e tantas outras que confirmam esta relação de reflexo condicionado. Somos crianças vendo um mesmo desenho animado repetidas vezes. E ninguém tem coragem de parar o filme. O atual sistema está degradado, esgotado, viciado, corrompido e totalmente deslegitimado. Na primeira instância, os eleitores não votam nas idéias e propostas dos candidatos, à mesma medida que os candidatos não pautam suas campanhas em debates e ideias programáticas. O uso abusivo do dinheiro faz e desfaz candidaturas: ter é mais que ser.  Depois de eleitos não se sentem fiscalizados pelos eleitores, muito menos ameaçados. A maioria não acompanha o exercício do mandato de quem escolheu e esquece até em quem votou. [caption id="attachment_9748" align="alignnone" width="213"]Ft-portaldoprofessor Ft-portaldoprofessor[/caption] Em anos eleitorais ficam mais visíveis as práticas dos pequenos favores : ajuda de custo, pedido de cargos, patrocínio de festas/formaturas, transporte de doentes do interior para a capital, pagamento de mensalidades escolares, etc. Reduz-se a Política à uma sucursal do fisiologismo privado, igualando a todos, os políticos e os eleitores, cúmplices de um sistema que alimenta a corrupção, a subserviência eleitoral e o mais grave: a própria negação da Política, pois, os eleitos deixam de ser os melhores políticos, para serem os “melhores prestadores de favores".   Não adianta os eleitores reclamarem se aqueles que hoje estão no poder, e só pensam em mais quatro anos, são os mesmos que usam o  voto como moeda de câmbio:  doação de cestas básicas, ofertas de carteiras de motoristas e outros mimos. A certeza que dias melhores viram, não existe se cada um não valorizar o próprio voto. Podemos sim, mudar a situação atual, agindo como cidadãos atentos ao patrimônio municipal, bem de todos nós, sem esquecer do  estado e do país. Se soubermos controlar  nossos representantes, mais do que escolhê-los, mostraremos uma sociedade destemida e que deve ser respeitada. Hora de reformar tudo de uma vez, e não aos poucos, hora de mostrar uma casa nova por dentro e não somente pintada por fora.  

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