O que é Autismo?
Causas
Autismo e vacinas
E por falar nelas, ainda se acredita muito que algumas vacinas possam causar autismo em crianças. Os pais podem pedir ao médico ou enfermeira que esperem ou até mesmo recusem a aplicação da vacina. No entanto, é importante pensar também nos riscos de não vacinar a criança. Algumas pessoas acreditam que uma pequena quantidade de mercúrio (chamada de timerosal), que é um conservante comum em vacinas multidose, causa autismo ouTDAH. No entanto, as pesquisas NÃO indicam que esse risco seja verdadeiro. A American Academy of Pediatrics e The Institute of Medicine dos EUA concordam que nenhuma vacina ou componente dela é responsável pelo número de crianças que atualmente são diagnosticadas com autismo. Eles concluíram que os benefícios das vacinas são maiores do que os riscos. Todas as vacinas de rotina da infância estão disponíveis em formas de dose única em que não foi adicionado mercúrio.Quantas crianças têm autismo?
O número exato de crianças com autismo é desconhecido. Um relatório publicado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA sugere que o autismo e seus distúrbios relacionados são muito mais comuns do que se imagina. Não está claro se isso se deve a um aumento na taxa da doença ou à maior capacidade de diagnóstico do problema. O autismo afeta quatro a cinco vezes mais meninos do que meninas. Renda familiar, educação e estilo de vida parecem não influenciar no risco de autismo. Alguns médicos acreditam que a maior incidência de autismo se deve a novas definições do transtorno. O termo "autismo" agora inclui um espectro mais amplo de crianças. Por exemplo, hoje em dia, uma criança diagnosticada com autismo altamente funcional poderia ser simplesmente considerada tímida ou com dificuldade de aprendizado há 30 anos. Outros transtornos de desenvolvimento parecido incluem:- Síndrome de Rett: muito diferente do autismo, só ocorre no sexo feminino
- Transtorno desintegrativo da infância: doença rara em que uma criança adquire as habilidades e depois esquece tudo antes dos 10 anos de idade
- Transtorno de desenvolvimento pervasivo: não especificado, também chamado de autismo atípico.
Fatores de risco
- Sexo: meninos são de quatro a cinco vezes mais propensos a desenvolver autismo do que meninas
- Histórico familiar: famílias que já tenham tido algum integrante com autismo correm riscos maiores de ter outro posteriormente. Da mesma forma, é comum que alguns pais que tenham gerado algum filho autista apresentem problemas de comunicação e de interação social eles mesmos
- Outros transtornos: crianças com alguns problemas de saúde específicos tendem a ter mais riscos de desenvolver autismo do que outras crianças. Epilepsia e esclerose tuberosa estão entre esses transtornos
- Idade dos pais: quanto mais avançada a idade dos pais, mais chances de a criança desenvolver autismo até os três anos.
sintomas
Sintomas de Autismo
- Brincar de faz de conta
- Interações sociais
- Comunicação verbal e não verbal
- Ter visão, audição, tato, olfato ou paladar excessivamente sensíveis (por exemplo, eles podem se recusar a usar roupas "que dão coceira" e ficam angustiados se são forçados a usálas)
- Ter uma alteração emocional anormal quando há alguma mudança na rotina
- Fazer movimentos corporais repetitivos
- Demonstrar apego anormal aos objetos.
- Não poder iniciar ou manter uma conversa social
- Comunicar-se com gestos em vez de palavras
- Desenvolver a linguagem lentamente ou não desenvolvê-la
- Não ajustar a visão para olhar para os objetos que as outras pessoas estão olhando
- Não se referir a si mesmo de forma correta (por exemplo, dizer "você quer água" quando a criança quer dizer "eu quero água")
- Não apontar para chamar a atenção das pessoas para objetos (acontece nos primeiros 14 meses de vida)
- Repetir palavras ou trechos memorizados, como comerciais
- Usar rimas sem sentido
Interação social
- Não faz amigos
- Não participa de jogos interativos
- É retraído
- Pode não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato visual
- Pode tratar as pessoas como se fossem objetos
- Prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado
- Mostra falta de empatia
Resposta a informações sensoriais
- Não se assusta com sons altos
- Tem a visão, audição, tato, olfato ou paladar ampliados ou diminuídos
- Pode achar ruídos normais dolorosos e cobrir os ouvidos com as mãos
- Pode evitar contato físico por ser muito estimulante ou opressivo
- Esfrega as superfícies, põe a boca nos objetos ou os lambe
- Parece ter um aumento ou diminuição na resposta à dor
Brincadeiras
- Não imita as ações dos outros
- Prefere brincadeiras solitárias ou ritualistas
- Não faz brincadeiras de faz de conta ou imaginação
Comportamentos
- Acessos de raiva intensos
- Fica preso em um único assunto ou tarefa (perseverança)
- Baixa capacidade de atenção
- Poucos interesses
- É hiperativo ou muito passivo
- Comportamento agressivo com outras pessoas ou consigo
- Necessidade intensa de repetição
- Faz movimentos corporais repetitivos
diagnóstico e exames
Buscando ajuda médica
- Não responder com sorriso ou expressão de felicidade aos seis meses
- Não imitar sons ou expressões faciais aos nove meses
- Não balbuciar aos 12 meses
- Não gesticular aos 12 meses
- Não dizer nenhuma palavra aos 16 meses
- Não dizer frases compostas de pelo menos duas palavras aos 24 meses
- Perder habilidades sociais e de comunicação em qualquer idade.
Na consulta médica
- Anote quaisquer sintomas que você está enfrentando, inclusive os que podem parecer sem relação com o motivo pelo qual você agendou a consulta
- Anote as informações pessoais importantes, incluindo quaisquer tensões principais ou mudanças de vida recentes
- Faça uma lista de todos os medicamentos, bem como de quaisquer vitaminas ou suplementos que você está tomando
- Leve um membro da família ou amigo junto. Às vezes pode ser difícil lembrar todas as informações fornecidas durante a consulta. Alguém que acompanha você pode se lembrar de algo que você perdeu ou esqueceu.
O que esperar do médico?
Médicos costumam fazer várias perguntas. É importante estar preparado para respondê-las. Confira alguns exemplos de questões que poderão ser levantadas por um especialista:- Quais comportamentos em específicos levaram você a procurar ajuda médica para seu filho?
- Quando os primeiros sintomas começaram?
- Esses comportamentos atípicos são frequentes ou ocasionais?
- Quais os hábitos favoritos de seu filho?
- Seu filho interage com familiares e outras crianças?
- Sua família tem histórico de autismo ou algum outro transtorno cerebral?
Diagnóstico de Autismo
Exames
- Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR)
- Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS)
- Escala de classificação do autismo em crianças (CARS)
- Escala de classificação do autismo de Gilliam
- Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento.
Convivendo/ Prognóstico
Complicações possíveis
tratamento e cuidados
Tratamento de Autismo
- Terapias de comunicação e comportamento
- Medicamentos
- Terapia ocupacional
- Fisioterapia
- Terapia do discurso/linguagem
Medicamentos
Não existem medicamentos capazes de tratar os principais sintomas do autismo, mas, muitas vezes, são usados medicamentos para tratar problemas comportamentais ou emocionais que os pacientes com autismo apresentem, como agressividade, ansiedade, problemas de atenção, compulsões extremas que a criança não pode controlar, hiperatividade, impulsividade, irritabilidade, alterações de humor, surtos,dificuldade para dormir e ataques de agressividade.Dieta
Nem todos os especialistas concordam que as mudanças na dieta fazem diferença, nem todas as pesquisas sobre esse método mostraram resultados positivos, mas se você está considerando essas ou outras alterações alimentares como via de tratamento para seu filho, é recomendável uma conversa com um gastroenterologista (especialista no sistema digestório) e com um nutricionista. Algumas crianças com autismo parecem responder a uma dieta sem glúten ou sem caseína. O glúten é encontrado em alimentos que contêm trigo, centeio e cevada. A caseína é encontrada no leite, no queijo e em outros produtos lácteos.Outras abordagens
Existem muitos tratamentos anunciados para o autismo que não têm base científica e histórias de "curas milagrosas" que não atendem às expectativas. Se seu filho tem autismo, pode ser útil falar com outros pais de crianças autistas e com especialistas em autismo. Acompanhe o avanço das pesquisas na área, que está se desenvolvendo rapidamente. Um exemplo desses tratamentos precoce são as infusões de secretina. Houve muita empolgação com esse método de tratamento no passado. Agora, depois de muitas pesquisas realizadas em vários laboratórios, é possível que a secretina não faça nenhum efeito para crianças com autismo. No entanto, as pesquisas continuam.Medicamentos para Autismo
prevenção
Prevenção
Fontes e referências
- Revisado por Dra. Evelyn Vinocur, psiquiatra e mestre em neuropsiquiatria pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e psicoterapeuta cognitivo comportamental, especializada em Saúde Mental da Infância e Adolescência pela Santa Casa de Misericórdia do Estado do Rio de Janeiro (SCMRJ) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Membro associado da Associação Brasileira de Psiquiatria (CRM-RJ: 303514)
- DSM-V, American Psychiatric Association - Manual de Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais 5ªed. Edit. Artes Médicas
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- Journal of American Medical Association (JAMA)
- http://www.minhavida.com.br/