Lava Jato em Campos: CPI protocolada e ligação de juíza com o PR
Alexandre Bastos 26/04/2016 11:01

O vereador Marcão (Rede) usou a palavra no início da sessão desta terça-feira (26) para informar que protocolou a CPI da Lava Jato em Campos, com a assinatura de nove parlamentares. "Vamos investigar o contrato da Odebrecht em Campos, o maior da história do município. Como o nome da prefeita aparece em uma lista apreendida durante a operação Lava Jato, vamos checar se houve algo ilícito envolvendo a prefeita e a Prefeitura", disse Marcão.

O pedido de CPI foi assinado pelos vereadores: Marcão (Rede), Rafael Diniz (PPS), Fred Machado (PPS), Nildo Cardoso (DEM), Dayvison Miranda (PSDC), Alexandre Tadeu (PRB), Zé Carlos (PSDC), Genásio (PTC) e Gil Vianna (PSB). A informação sobre as assinaturas foi adiantada em matéria da Folha, publicada também no blog "Opiniões" (aqui).

"Juíza é esposa do presidente do PR em Macaé" - Na tribuna, Marcão também comentou sobre matéria publicada pela Folha que revela ação ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra pessoas físicas e jurídicas, pedindo medidas cautelares, como busca e apreensão e bloqueio de bens. O processo corre em segredo de justiça na 4ª Vara Cível de Campos, onde a juíza Elizabeth Franco Longobardi teria negado os pedidos do MPE. "É bom lembrar que a  juíza Elizabeth Franco Longobardi é esposa de André  Longobardi, presidente do PR em Macaé e pré-candidato à prefeitura daquele município. Sendo assim, a excelentíssima juíza deveria se declarar suspeita e deixar as decisões para outro magistrado", afirmou Marcão. Veja a matéria sobre a ação do MPE, que gerou pedido de busca e apreensão: aqui 

Manobra - Nos bastidores, membros da bancada governista se movimentaram para protocolar CPIs que inviabilizassem a abertura da comissão da Lava Jato. Porém, a oposição protocolou a CPI via sistema e não havia outra comissão na fila.

“Veja” apontou “bônus” de R$ 1 milhão – A revista “Veja” classificou os repasses da Odebrecht como “bônus” e afirmou (aqui) que a prefeita Rosinha Garotinho recebeu R$ 1 milhão. De acordo com o marido da prefeita, toda doação foi feita dentro da legalidade. Porém, a ex-secretária da Odebrecht, Conceição Andrade, revelou em entrevista ao Fantástico que não tinha nada legal nas listas apreendidas. “Tudo isso era propina. Tudo que tem dentro, toda essa relação que existe nessa lista foi pagamento de propina, de caixa dois”, disse.

Atualização às 13h - O presidente da Câmara de Campos, Edson Batista (PTB), explica que a CPI "foi admitida, mas ainda não foi instaurada". "O pedido de CPI foi protocolado e houve a admissibilidade, já que conta com as assinaturas necessárias. Agora, o nosso jurídico irá analisar", explicou Batista. Posteriormente, Batista irá informar sobre o rito, incluindo prazos e polêmica sobre o número de CPIs que podem funcionar na Casa.

Vice-presidente da Câmara, o vereador Thiago Virgílio (PTC) diz que já existem CPIs protocoladas e que a CPI da Lava Jato vai para o fim da fila. "Tem CPIs protocoladas, sim. Oficiei o presidente sobre o tema", diz Virgílio, que criticou a iniciativa da oposição. "Querem fazer show eleitoral", comentou.

O blog "Na Curva do Rio" publicou nota sobre a CPI na Câmara (aqui).

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