Garotinho cobra em Brasília a “venda do futuro”
Arnaldo Neto 21/04/2016 11:02
Ponto-final1 Vendedor do futuro O secretário de Governo de Campos, Anthony Garotinho (PR), voltou a Brasília para negociar a terceira “venda do futuro” nesta semana. Na anterior, as andanças dele pelo Planalto Central resultaram em poucos avanços efetivos quanto às negociações financeiras. Contudo, a licença da filha e deputada Clarissa Garotinho (PR) às vésperas da sessão do impeachment foi interpretada por políticos e pela mídia nacional como uma manobra, fracassada, de ajudar a presidente Dilma Rousseff (PT) na sessão do último domingo, já que as abstenções e faltas foram contadas como favoráveis ao governo. Na mesa de negociação A mídia nacional associou a saída de Clarissa como parte de uma negociação. Em O Globo, Ricardo Noblat revelou que a licença foi solicitada após encontro de Garotinho “sabe-se lá com quem em Brasília”. Lauro Jardim relatou um diálogo duro do pai com a filha grávida de sete meses, determinante para a saída dela. Depois de liquidado o voto de Clarissa, Paulo Feijó (PR) também teria sido sondado para mudar de opinião sobre o impeachment. Foi cogitado pelo jornalista Jorge Bastos Moreno uma oferta em dinheiro, feita por um colega de partido. O deputado nega. Moeda de troca O jornal Extra foi mais incisivo e afirmou que os detalhes da “venda do futuro” de Campos foram negociados como forma de conquistar o apoio de Garotinho na luta contra a aprovação do impeachment. Clarissa já havia declarado ser favorável ao impeachment. Como não foi votar, por estar de licença, a deputada foi vaiada três vezes no plenário. O voto não influenciou no resultado da sessão, mas o valor pretendido pelo empréstimo, que compromete o futuro de Campos até 2031, caiu de R$ 1 bilhão para R$ 800 milhões. Sem dinheiro em caixa A negociação pela terceira “venda do futuro” de Campos, garantem fontes em Brasília, acontece com a Caixa Econômica Federal. Garotinho está na capital federal desde terça-feira, tentando dar celeridade ao processo, mesmo com a derrota do governo na Câmara. E sem esse empréstimo, governistas admitem, em off, que não haverá dinheiro nem para pagar ao servidor, dada a ruína das finanças públicas no governo Rosinha Garotinho (PR). E alguns rosáceos já estariam até comemorando. *Publicado na edição desta quinta-feira (21) da Folha da Manhã e na Folha Online (aqui).

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