Ex-senador é preso na 28ª fase da Lava Jato
Arnaldo Neto 12/04/2016 10:01
[caption id="attachment_5893" align="alignleft" width="300"]Gim Argello foi vice-presidente da CPI mista da Petrobras (Foto: Valter Campanto/Agência Brasil) Gim Argello foi vice-presidente da CPI mista da Petrobras (Foto: Valter Campanto/Agência Brasil)[/caption] A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (12) a 28ª fase da operação Lava-Jato com a prisão preventiva, em Brasília, do ex-senador Gim Argello (PTB-DF). Também foram presos temporariamente dois assessores do ex-parlamentar. Os três são acusados de cobrar propina para evitar o depoimento de empreiteiros na CPI da Petrobras, formada por senadores e deputados, em 2014. A nova fase foi chamada de "Vitória de Pirro", expressão histórica que, segundo a PF, representa uma vitória obtida mediante alto custo, popularmente adotada para vitórias consideradas inúteis. As investigações apuram indícios de que Argello, que foi vice-presidente da CPI da Petrobras, atuou para evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento, mediante a cobrança de pagamentos de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base. Segundo o Ministério Público, há evidências do pagamento de propina a Gim de R$ 5 milhões pela UTC e de R$ 350 mil pela OAS. Também estão sob investigação pedidos de propina dirigidos a outras empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras. Segundo o MPF, os recursos foram efetivamente doados, entre julho e outubro de 2014, para diretórios distritais do DEM, PR, PMN e PRTB, partidos que formaram com o PTB a coligação "União da Força", pela qual Gim era candidato a senador pelo Distrito Federal. Não há indício, contudo, de que tais partidos tenham participado ou tivessem ciência da origem ilícita dos recursos. Em delação premiada, o senador Delcídio Amaral afirmou que parlamentares que integraram a CPI mista da Petrobras teriam pedido dinheiro a empreiteiros para derrubarem ou não colocarem em votação requerimentos desvaforáveis. Os quatro integrantes da comissão citados pelos empresários eram Argello, o então senador Vital do Rego (PMDB-PB) e os deputados Marco Maia (PT-RS) e Fernando Francischini (SD-PR). Os indícios da suposta propina paga pela OAS surgem de conversas telefônicas encontradas no celular de Léo Pinheiro, presidente do grupo, apreendido na 7ª fase da Lava-Jato. Em mensagem, Léo Pinheiro solicita que seja realizado pagamento no valor de R$ 350 mil para a conta bancária de uma paróquia do Distrito Federal. O pagamento é associado a pessoa de alcunha “Alcoólico”, atribuído a Gim Argello, em um trocadilho com a bebida “gim”. Fonte: O Globo

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