"Machadada": gravações aceitas e audiência no dia 20 de maio
Arnaldo Neto 12/04/2016 01:10
[caption id="attachment_418" align="alignleft" width="612"]Pré-candidatos a prefeito de SJB, então aliados em 2012, são réus na mesma ação Pré-candidatos a prefeito de SJB, então aliados em 2012, Neco e Carla são réus na mesma ação eleitoral[/caption] Quem pensava que o cenário político de São João da Barra não poderia ficar ainda mais quente, se enganou. Foi agendada para o dia 20 de maio nova audiência a respeito da Operação Machadada (AIJE 40483), denunciada pelo PR em 2012 e que tem entre os réus os então aliados, hoje prováveis adversários na disputa pela Prefeitura de SJB, Neco (PMDB) e Carla Machado (PP). Além de marcar a audiência, o juiz eleitoral Eron Simas dos Santos incluiu como parte do processo as gravações em áudio e vídeo, contestadas outrora pela defesa dos réus como clandestinas, apresentadas pela acusação como provas. Na denúncia do Partido da República, da coligação “São João da Barra vai mudar para melhor” e do então candidato a prefeito Betinho Dauaire constava que o grupo governista, com Neco e o vice Alexandre Rosa (hoje PRB) como candidatos a sucessão de Carla, montou “um esquema de compra de candidaturas adversárias, mediante oferecimento de vantagens financeiras indevidas e cargos na administração pública municipal”. Também são réus na ação os então candidatos a vereadores Alex Firme (eleito) e Renato Timotheo (suplente). Coincidentemente, o juiz marcou a audiência para o mesmo data em que foi realizada outra em 2013 (aqui). Na ocasião, Paulo Ramalho, então advogado da ex-prefeita, informou que as testemunhas não foram ouvidas porque “tudo que se tenta provar é com uma gravação clandestina”. Entretanto, em sua decisão o juiz rejeita a “prejudicial de ilicitude da prova, visto que, se comprovado o alegado pelos investigantes, havia razoável motivo e justa causa para a realização da gravação”. Nesse meio tempo, contudo, um dos atores envolvidos nas gravações mudou sua versão, como este blog mostrou aqui. Jackson Meireles, então candidato a vereador, foi um dos que gravaram conversas usadas como provas. Ele revelou durante um programa de rádio que “tudo foi uma farsa”. Segundo Jackson, ele recebeu R$ 60 mil para procurar candidatos do então grupo governista, insinuar insatisfação com o seu grupo político (do PR) e gravar as conversas depois utilizadas como provas para o crime de formação de quadrilha e assédio a candidatos do seu grupo. O juiz também listou os convocados para depoimento. A audiência a ser realizada em 20 de maio servirá, além da AIJE 40483, de prova emprestada para as AIJEs 401-31, 621-29 e para a AIME 1-80. Estão convocadas 21 testemunhas: Jackson Correa Meireles, Rodrigo de Abreu, Paulo César Barcelos Cassiano Junior (delegado da Polícia Federal),Aliezer Gomes, Alex Nascimento Valentim, Arlindo Ribeiro da Conceição, Antônio Manoel Machado Mariano (o ex-vereador Camarão), Marco Aurélio P. Reis Jr., Eleilton Ribeiro Meirelles, Luiz Edmundo Peixoto Matoso, Fernando Marques de Souza, José Antônio Nunes Pereira, Elísio Alberto da Silva Rodrigues (vereador), Sônia Pereira dos Santos, Silvana Ferreira da Silva, Celestino de Almeida, Alvino da Silva Lopes Filho, Juliana Ribeiro Amaral de Assis, Manoel Francisco de Souza Junior, Anderson de Faria Tostes e Jorlan da Silva Gonçalves. Uma decisão da Machada pode revirar o cenário político eleitoral do município. Carla e Neco são os únicos com pré-candidaturas lançadas até o momento. Ambos são réus no mesmo processo. Qualquer decisão, favorável ou contrária, atingiria os dois. Vale lembre que nas reviravoltas da política, Betinho, o denunciante, é um dos prováveis nomes para vice de Neco neste ano. O blog está aberto ao posicionamento dos citados. *Confira a cobertura completa nesta quarta-feira (13) na Folha da Manhã.

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