Clarissa: doações não aparecem
31/03/2016 08:03

Arnaldo Neto
Foto: Folha da Manhã 

Clarissa Garotinho (PR) está na lista da Odebrecht apreendida na 23ª fase da Operação Lava Jato. As planilhas citam doações a mais de 300 políticos e podem ser acervo da contabilidade paralela descoberta e revelada pela força-tarefa, embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 para os citados. Na Câmara de Campos, vereadores querem falar sobre a ligação dos políticos de Campos com a Odebrecht, mas o debate parece estar sendo adiado.

No dia em que os documentos foram revelados, Clarissa — assim como o pai e a mãe, também na lista — afirmou que todos os trâmites da campanha de 2012, na qual foi candidata a vice-prefeita da capital fluminense, ocorreram dentro da legalidade. “Não disputei diretamente as eleições de 2012, ocasião em que fui candidata à vice-prefeita na chapa do deputado federal Rodrigo Maia. A ajuda dada pelo meu partido à campanha do Rodrigo Maia foi absolutamente legal, registrada nas despesas do diretório do PR, nas receitas do comitê financeiro do candidato Rodrigo Maia e informada à Justiça Eleitoral. Tudo devidamente conforme a lei”, justificou a deputada.

Entretanto, em consulta à prestação de contas do pleito de 2012 do também hoje deputado federal Rodrigo Maia nenhuma doação da Odebrecht é mencionada. Os dois, Clarissa e Rodrigo, aparecem na planilha aprendida com os numerais “500” na coluna total. Ao DEM, em 2012, a Odebrecht doou R$ 1,8 milhão, em três doações diferentes (R$ 800 mil, R$ 250 mil e R$ 750 mil).

Já ao diretório nacional do PR a Odebrecht doou R$ 840 mil. Uma parcela de R$ 500 mil e outra de R$ 340 mil. A empresa Praiamar, que seria “laranja” para os repasses da empreiteira, doou R$ 300 mil ao diretório nacional. Posteriormente, parte da arrecadação do diretório nacional “desceu” para o diretório estadual, e recursos chegaram até a campanha de Rosinha.

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