Após morte do menino Ryan, na guerra do tráfico, ônibus são incendiados. "Drogas não matam crianças de 4 anos, mas a proibição mata!", diz delegado da Polícia Civil
Tostes 28/03/2016 18:46
[caption id="attachment_425" align="aligncenter" width="703"]Fotos: Divulgação Foto da família: jornal Extra Fotos: Divulgação / Foto da família: jornal Extra[/caption] Ônibus e a estação do BRT em Madureira, na Zona Norte da capital do Rio de Janeiro, foram queimados na tarde desta segunda-feira (28), em protesto por conta da morte do menino Ryan Gabriel, de apenas 4 anos, que, nesse domingo (27), levou um tiro no peito, que teria vindo de uma guerra do tráfico entre favelas. Ryan morreu na manhã desta segunda-feira, e estava internado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Quando foi atingido, Ryan brincava na porta da casa de seus avós, em Morro do Cajueiro. Uma adolescente de 17 anos também ficou ferida. O tiroteiro teria ocorrido por volta das 16h, quando o tráfico do Morro da Serrinha teria tentado invadir o Morro do Cajueiro, que é de facção rival. — Drogas não matam crianças de 4 anos, mas a proibição mata! A legalização das drogas pode proteger muitas vidas. A proibição produz um dano à sociedade maior do que o produzido pelas drogas. Mais pessoas morrem na guerra contra as drogas do que direta ou indiretamente pelo consumo dessas substâncias — comentou o delegado de Polícia Civil Orlando Zaccone, porta-voz do braço brasileiro da Law Enforcement Against Prohibition (Leap), organização sem fins lucrativos formada por integrantes das forças policiais e da justiça criminal que falam claramente sobre a falência das atuais políticas de drogas. [caption id="attachment_426" align="aligncenter" width="960"]12472835_790067151128286_7400664176537604559_n Orlando Zaccone[/caption]
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“Há um meio infalível de acabar com os traficantes. Basta acabar com o tráfico. E para acabar com o tráfico basta fazer o mesmo que os EUA fizeram em 1933, em relação ao álcool. Puseram fim à proibição. Sem tráfico, deixou de haver traficantes. Sem facções em guerra pelo controle do mercado do álcool, acabaram os antigos tiroteios. O proibicionismo é um modelo macabro, que produz mortes principalmente de pessoas pobres, que não têm voz e morrem como baratas no Brasil inteiro" - Jorge da Silva, coronel reformado da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeirooooooo

"Eu gostaria muito, antes de me aposentar na polícia, de ver o fim da insanidade dessa ‘guerra às drogas’, que não interessa à polícia e nem à sociedade." - Francisco Chao de La Torre, detetive inspetor da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro

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    Thaís Tostes

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