Um pouco de amor e medo
Mariana Luiza 22/01/2017 01:21 - Atualizado em 19/05/2020 16:08
De repente, do nada, me deu um medo. De precendência desconhecida, rastejou feito cobra no chão de terra batida entrando por entre os dedos dos pés. Da sola suada subiu pelo corpo esfriando tudo que encontrava no caminho. Pernas tremeram de frio, o ventre se contorceu de susto proporcionando uma abrupta sensação de prazer, mas os intestinos cada um a seu modo lembrou meu corpo de que se tratava de medo e não de gozo. Na espinha, subiu como um raio acelerando a respiração e os batimentos cardíacos. O peito ficou acanhado, como se o medo enlaçasse uma artéria do coração. Um nó apertado que não afrouxava por nada. Pronto, o medo tinha chegado a minha cabeça. E naquele breve instante veio um pensamento curto, rápido e certeiro.
E se você não me amar mais?
Se de um instante tão curto quanto o pensamento ruim viesse em você a certeira certeza do não amor por mim?
O que restará de mim, que estou completamente sem defesas e entregue à essa relação?
Que estou inteiramente intensa vivendo este amor?
O que eu vou fazer com o seu suposto desamor?
O medo vai se transformar em raiva petrificando o nó da artéria. O sangue não será mais bombeado. O ciclo de vida se acaba. Eu morro e morta-viva perambulo pelos dias, pelas cidades, como vinha fazendo antes de te conhecer.

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