O País que Acabou com os Trens
Nino Bellieny 30/03/2016 05:43
NinoBellieny Não fossem as linhas férreas no Brasil terem entrado em decadência, afetando principalmente no interior do Estado do Rio, lugares como Murundu, Vila Nova, Santa Bárbara, Santa Maria, Santo Eduardo, Conselheiro Josino, Dr. Mattos, Italva e Cardoso Moreira, conheceriam melhor o sucesso econômico. Na Região Noroeste, Itaperuna e Porciúncula  são exemplos de cidades que saíram perdendo. O trem era a melhor conexão com os grandes centros e a principal via de escoamento da produção rural. E sem, a própria produção decaiu.   Pode soar como saudosismo, mas, é a constatação de uma grande falha na complicada máquina governamental brasileira que até hoje não se explicou bem porque os trens pararam em sua maioria, enquanto no resto do mundo, são cada vez mais avançados para transporte de cargas e de passageiros. No Rio, Espírito Santo e em Minas Gerais, lugares que floresciam em torno da estação ferroviária, viraram cidades fantasmas. De vez em quando ouve-se dizer que determinado trecho vai retornar, como atração turística ou razões econômicas, em projetos bem divulgados e nada consumados. Em Campos dos Goytacazes, já renderam manchetes, porém, nada além disso. E com o país em recessão, esperar é o verbo mais praticado, perdendo apenas para desesperar. Esperar por um trem que não vem... desesperar por um país que não entra nos trilhos.   Segundo Renato Lobo, em artigo para o site, por ele editado, o viatrolebus,  existem 6 motivos para o Brasil investir no transporte de cargas ferroviárias: 1# – Numa distância de 1 km, um caminhão consome 13 vezes mais energia que um trem para transportar uma tonelada de frete. 2# – Uma via férrea de um único par de trilhos equivale a uma via expressa de 14 pistas paralelas. 3# – Um comboio de 200 vagões transporta tanto quanto 400 carretas rodoviárias. 4# – Acrescentar um único trem de frete à rede equivale a retirar da circulação até 280 caminhões. 5# – Redução dos níveis de poluição do ar, sobretudo quando o transporte ferroviário for movido a energia elétrica. 6# – No caso de locomotivas movidas a diesel, o reservatório tem capacidade para 15’000 litros. A maior parte dos trens pode percorrer mais de 1600km sem precisar reabastecer.   Apenas 6 motivos entre tantos outros. Suficientes para governos inteligentes se motivarem, mas, governos inteligentes são tão raros quanto as ferrovias. Afora as linhas urbanas, incluindo os metrôs, existem no Brasil em operação atualmente algumas poucas ferrovias de longo trajeto, duas delas, tocadas pela Vale: Vitória à Minas, ligando a capital capixaba à mineira Belo Horizonte, e  São Luís-MA à Carajás-PA.  E pensar que na década de 1950, transportou-se por ano, mais de 100 milhões de passageiros no Brasil. Enquanto os governos, municipal, estadual e federal, principalmente este, não despertam para o óbvio, sonho e saudade se misturam quando estradas de ferro mostram seus trilhos vazios à espera de um futuro cada vez mais distante. ferrovia foto-agronovas.com.br AINDA HOJE NO BNB: Os 2 Edis e o significado da palavra Leviano
 

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