A Estrela Cai
Nino Bellieny 21/03/2016 12:04
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guilherme
 Artigo de Guilherme Fonseca
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O desmantelamento do PT é mais um fato que coloca em xeque a capacidade de articulação do governo para tentar impedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O impeachment, lei federal nº1.079, está previsto no ordenamento jurídico brasileiro desde 1950, portanto é um instrumento a favor da democracia. O mesmo povo que elege um governante, tem o poder de destituí-lo.
O partido do governo tem perdido filiados em todos os níveis. A debandada é geral. Senadores, deputados, prefeitos e vereadores estão deixando a legenda, cujo prazo para mudança de partido cessa neste 02 de abril, para quem pensa em disputar as eleições em outubro.
Esses que estão deixando a legenda e que irão disputar as eleições em 2016 sinalizam que o desgaste do partido poderá ser refletido nas urnas, pois o governo petista é o mais rejeitado da história. A presidente Dilma Rousseff já ultrapassa os índices de rejeição do ex-presidente Fernando Collor de Mello, às vésperas da sua renúncia em 1992.
Os “cabeças” do Congresso Nacional têm experiência política suficiente para fazer a leitura do momento político e perceber que a cada instante o governo Dilma se torna mais frágil e acuado diante tantas evidências e fatos. A tentativa de construir uma alternativa de argumentação para a militância vermelha não esmorecer, alegando que o que está em curso é uma tentativa de golpe midiático ou do poder Judiciário, só reitera que não há mais argumentos lógicos a serem apresentados.
Quem não deve, não teme a justiça. Lula, em gravação obtida legalmente pelo juiz Sérgio Moro, foi bem claro ao dizer que “está assustado” com o andamento das investigações, se referindo à “República de Curitiba”. Sua nomeação, às pressas, para o Ministério da Casa Civil, foi uma tentativa desesperada de preservar sua imagem, lhe assegurando foro privilegiado.
Diante tantos acontecimentos que têm deixado o país estarrecido, sequer as notas do Instituto Lula ou do Palácio do Planalto têm conseguido inovar.  São sempre com conteúdos repetitivos.
Com Lula fragilizado, mesmo que conseguisse assumir e permanecer no cargo de Ministro-Chefe da Casa Civil, suas chances de articulação com os partidos aliados é muito reduzida. Sua margem de negociação é curtíssima.
Sua presença no governo é vista com maus olhos pelo mercado, o que certamente agravará ainda mais a retomada do crescimento econômico e de geração de empregos. A política econômica defendida pelo PT levou o Brasil à esta crise e pelo jeito eles não se contentaram e ainda querem intensificar ainda mais este modelo econômico que não deu certo.
O segundo mandato de Dilma sequer começou. A presidente enfrenta dificuldades inclusive em relação ao seu partido, que em 2015 se colocou contrário as medidas de ajustes propostas pelo ex-Ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Um quadro que contribuía com a elevação da confiança ao governo num momento muito delicado. Levy não resistiu e deixou o cargo em dezembro do mesmo ano.
A maioria da população deseja o impeachment da presidente, que segue rejeitada de forma histórica. Além das desfiliações que o PT enfrenta, há uma debandada de partidos da base aliada, o que reforça a tese de que Dilma estará bastante fragilizada na tramitação do impeachment.
 
A ausência do vice-presidente Michel Temer na posse de Lula foi percebida como um  sinal de rompimento com o governo. Inclusive, na semana anterior, durante a Convenção Nacional do partido, ficou decidido que o PMDB não indicaria mais nomes para o governo. O novo ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes, que tomou posse no mesmo dia que Lula, é filiado ao PMDB e enfrentará processo de expulsão por ter assumido o cargo, sem a anuência da executiva nacional. O caso já está na comissão de ética.
O ato em defesa da presidente Dilma e de Lula, ocorrido no último dia 18, não deixa dúvidas de que os tempos são outros e as frentes de esquerda do país já não comandam mais as ruas. Enquanto no dia 13 de março, 3,6 milhões pessoas, segundo as polícias militares, foram as ruas protestar de maneira espontânea e gratuita contra a corrupção, a impunidade dos ricos e poderosos e em apoio ao Juiz Sérgio Moro e Operação Lava Jato. No dia 18, o número de manifestantes contra o impeachment de Dilma e com críticas à operação Lava Jato, foi bastante inferior, 275 mil pessoas, de acordo com as mesmas fontes.
Um partido que está há 13 anos governando o país, período superior ao dos três últimos presidentes somados: Fernando Collor (2 anos), Itamar Franco (2 anos) e FHC (8 anos), que chegou ao poder pelo voto popular em quatro eleições consecutivas, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, não pode se declarar vítima, pois não há na história recente nenhum registro de nenhuma tentativa de desestabilização do governo ou do partido do governo, e a prova disso é que já é o mais longevo no poder após a redemocratização do Brasil.
O PT precisa assumir os seus erros e não se julgar acima das instituições. Atacar o judiciário e a imprensa, instigando a sua militância a acreditar que está em curso um Golpe demonstra uma imensa irresponsabilidade cívica.
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Abaixo, gráficos que mostram como é o grau de independência da justiça em países como a Venezuela, cuja ideologia mais se aproxima do PT e de um país de democracia sólida, como os EUA.
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