Não ao Golpe!
Nino Bellieny 17/03/2016 05:02
Por Guilherme Fonseca Cardoso
guilherme
No recente 13 de março de 2016, ocorreu o maior protesto popular da história política do Brasil. Superando inclusive as manifestações pelas Diretas Já. Estima-se que 4 milhões de brasileiros foram às ruas em todas as regiões do país. Empunhavam bandeiras de partidos? Não! As bandeiras foram a do Brasil.
Na praia de Copacabana um avião sobrevoava a orla numa manifestação contrária.   Numa faixa presa neste avião uma mensagem bastante irônica e que destoava muito da realidade política e institucional vivida pelos brasileiros atualmente. Dizia: “Não vai ter golpe. Frente Brasil Popular!”.
Com milhares de populares abaixo deste avião, que foram protestar contra a corrupção, contra o PT, contra o ex-presidente Lula e pelo impeachment da Presidente Dilma Rousseff, o que mais se pode perceber por terra, ar e água é que a frente popular não estava sendo representada num avião, sabe-se lá pago por quem.
Não há, desde 2013, quando os primeiros protestos ressurgiram nas ruas das cidades brasileiras, registro de que essas manifestações tenham sido articuladas por um setor político específico ou que por trás haja a interferência direta de algum líder político ou partido. São protestos horizontais. Há 3 anos foi um manifesto contra várias pautas. De 2015 até março de 2016, contra a corrupção, a favor da operação Lava Jato, em apoio ao Juiz Sérgio Moro, em apoio ao trabalho da Polícia Federal, contra o PT, contra Lula e pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Golpe? Como vulgarizam o seu significado… Não houve nenhuma agressão a jornalistas e nenhuma câmera quebrada em nenhum canto do país neste domingo histórico. Não houve, por parte dos brasileiros, populares, livres, nenhum tipo de iniciativa que fosse de cercear o direito à informação, nenhum gesto de agressão, física ou moral contra a liberdade de imprensa.
golpe en la mesa
Querem falar em Golpe? Se querem falar de golpe, o primeiro passo é estudar a história como ela se deu, sem manipulações ideológicas.
As relações diplomáticas que o Brasil veio adotando sob Lula e Dilma, como a proximidade com governos autoritários, que perseguem adversários políticos e aniquilam a liberdade de imprensa dos meios de comunicação que não se sujeitam às manipulações da informação pró-governos são a prova de que, hoje, os que mais falam em golpe não entendem ou fingem não entender o que é um golpe de Estado, golpe à liberdade de imprensa e a democracia. Exemplos de Golpe de Estado, foi o que ocorreu em Cuba, em 1952, liderado por Fidel Castro e Che Guevara, idolatrados pela esquerda brasileira. Golpe de Estado foi articulado em 1964, no Brasil, por sorte, impedidos pela sociedade civil e pelos militares, fato este até hoje não muito bem explicado devido ao excesso de doutrinação ideológica em escolas e universidades brasileiras, que contam a história não como ela se deu, mas com parcialidade política.
Na semana em que o ex-presidente Lula depôs no Aeroporto de Congonhas, na 24ª Fase da Operação Lava Jato, jornalistas sofreram agressões físicas e tiveram câmeras quebradas por militantes, se é que podemos denominar esse tipo de gente que pratica essas agressões de militantes. A Federação Nacional dos Jornalistas (Febaj), Associação Brasileira de Imprensa (ABI),  Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) repudiaram as agressões verbais e físicas que os profissionais da imprensa receberam. A ABI emitiu nota de repúdio.
Uma vitória nas urnas não é um cheque em branco para que o governante faça o que bem entender. Golpe é ganhar uma eleição com mentiras, com a manipulação de dados e informações, esse sim é um exemplo de golpe contra a vontade popular.
Golpe é cercear a imprensa, em pleno regime democrático e de estabilidade institucional.
Por quem em países sob governos de viés ideológico esquerdistas não há liberdade de imprensa? Não existem partidos políticos adversários? Não existe oposição? Não existem eleições e o parlamento é quase figurativo? Por que quem não consegue conviver num regime democrático e discutir no campo das ideias, só consegue se manter no poder sob a força, sob a coerção e eliminando as vozes oposicionistas? Golpista é quem quer uma voz única, uma ideia única, sem críticas, para comandar o destino de milhões e milhões de pessoas.
Quem defende a democracia, a vontade popular, a legalidade e respeita a Constituição, não agride jornalistas, não quer controle da mídia. Imprensa se combate com imprensa, não com pelegos brutamontes que sabe-se lá de que forma vivem ou quem os financiam para agir com tanta violência contra os profissionais da imprensa. O Brasil é maior do que isso!

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