Janot pede investigação de Lula, Temer, Mercadante e Aécio
Alexandre Bastos 16/03/2016 09:38

A partir da delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), a Procuradoria-Geral da República (PGR) já decidiu pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de investigação para apurar denúncias contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB), contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e contra o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). A PGR deverá decidir nos próximos dias se pede ao STF instauração de inquérito para investigar a conduta da presidente Dilma Rousseff na nomeação do ministro Marcelo Navarro para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

As medidas a serem adotadas estão sendo analisadas pelo grupo de trabalho da PGR. O trabalho deve ser finalizado após o retorno do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que viajou para França e Suíça para tratar de assuntos relacionados à Lava-Jato.

Em um dos depoimentos da delação premiada, Delcídio acusou a presidente Dilma de nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ com a missão de soltar Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, dois dos principais executivos acusados de envolvimento com a corrupção na Petrobras. O senador mencionou uma conversa que teria tido com a presidente sobre o assunto nos jardins do Palácio da Alvorada, mas não ofereceu provas para amparar a acusação. Caberá agora aos procuradores analisar se as informações disponíveis são suficientes para sustentar um pedido de investigação sobre Dilma.

A Procuradoria-Geral entende que é necessário investigar a conduta do vice-presidente Michel Temer na indicação de João Augusto Henriques para a diretoria Internacional da Petrobras. Vetado para o cargo por problemas no Tribunal de Contas da União, Henriques abriu caminho para a nomeação de Jorge Zelada, hoje acusado de chefiar um dos esquemas de desvio de dinheiro da Petrobras para o PMDB da Câmara. O grupo, segundo Delcídio, seria liderado por Temer e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A indicação de João Henriques e, logo depois, de Jorge Zelada teria sido barganhada pelo apoio de parte do PMDB à aprovação da CPMF na Câmara. A proposta foi derrubada no Senado.

Fonte: O Globo 

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