Esse Ano Foi Igual Aquele Que Passou
Nino Bellieny 14/02/2016 15:02

O Não-Carnaval em Itaperuna

Por Thiego Ladeira Eu já sabia que não teria Carnaval em nossa cidade. Nenhuma novidade. Aliás, todo mundo já sabia! Até avisei uns dias atrás pelas redes sociais que usariam a famosa desculpa da "crise". Boa parte das prefeituras da região, anunciou que não faria o Carnaval oficial de suas cidades com a desculpa de investir em outros setores, inclusive na Saúde. Segundo alguns especialistas, tudo não passa de ‘demagogia” a decisão de alguns prefeitos em cancelar o carnaval para priorizar a Educação, a Saúde e até mesmo o pagamento dos salários em atraso dos servidores. ” Em lei é previsto que qualquer investimento público é definido na elaboração da peça orçamentária de acordo com a importância de cada setor e com o grau de prioridade e de atuação que poder público propõe para atender as necessidades da sua população." “A Educação e a Saúde recebem repasses federais e possuem orçamentos, 25% e 15%, estabelecidos pela própria Constituição, o que demonstra a falácia dos que justificam o cancelamento do carnaval para investir nessas áreas consideradas prioritárias. Deixar de investir em Cultura não vai resolver os problemas da péssima qualidade de ensino e da assistência médico/hospitalar. Tampouco servirá para colocar em dia a folha de pagamento dos servidores. A verdade é que cada secretaria vale quanto pesa, sem que seja preciso deixar de investir em um setor em função de outro. ” A responsabilidade por tudo isso, não se justifica em “ter ou não ter o Carnaval”, mas sim da “incompetência e do desvio do dinheiro público”, porque remanejam como bem entendem os recursos previstos pelo orçamento, tudo isto com a “coparticipação ou a omissão” da grande maioria de nossos vereadores. Alegar que o Carnaval é “despesa ou que é obra do encardido", só porque não gostam, não é justificativa plausível para quem lida com uma cidade do nosso porte. O pior é que não só os gestores, mas, parte da sociedade desconhece sobre a capacidade da Cultura em transformar a vida das pessoas e em gerar riquezas e empregos. Pode-se muito bem fazer uma festa mais barata e de acordo com a capacidade econômica de cada município, com atrações locais e estaduais. “Segundo o professor Guilherme Moura falando do retorno financeiro do Carnaval, a questão de geração de emprego tem sua relevância não só momentânea, com a criação de vagas temporárias, mas também no desenvolvimento e qualificação posterior que esta possibilita para a região. O professor ainda aponta que, a vantagem para estas cidades diante das demais que não possuem na festa popular uma época de fluxo intenso de turistas, se dá pelo fato de “ter um incremento econômico durante o período, enquanto as cidades que não têm o Carnaval, ficam economicamente paralisadas pelo feriado”. images (16) As pessoas que não tiveram condições de viajar para as praias ou a outros lugares ficaram como? Sem direito ao Lazer e a Cultura? Engraçado que ninguém nos altos cargos comissionados diminuiu ou deixou de receber o salário por causa da “crise”. Os salários caíram na conta deles todo mês certinho. Um bom exemplo do porte de nossa cidade é  Diamantina-MG, situada a 290 km de Belo Horizonte, com população de aproximadamente 45 mil habitantes e que tem no período do Carnaval um momento forte para a economia, sendo considerada a festa de maior importância da região. Neste ano, a estimativa é a de que a cidade tenha recebido 50 mil foliões por dia, com possiblidade do turista ter gastado uma média de R$ 900 a R$ 1,1 mil nos quatro dias de festa. Então, esse “papo” de economia é puro "oportunismo eleitoral”. A atual gestão completou 4 anos sem um evento cultural digno do porte de nossa cidade, apesar dos vários turistas que aproveitaram o feriadão do Carnaval e vieram `a sua terra natal para estar com os familiares. Percebemos inclusive que, estes turistas, não tinham onde gastar dinheiro, porque não havia “nada”, literalmente “nada”. Os supermercados e padarias abertas, foram as únicas alternativas de consumo, e se notou um certo movimento, mas, após o sábado de Carnaval, Itaperuna virou uma “cidade fantasma”. Os mesmos turistas que aqui estavam, buscaram outras cidades para gastar, porque aqui não aconteceu “nada, em lugar nenhum”. Não tivemos nada o que comemorar neste Carnaval, afinal o direito ao Lazer e à Cultura. é  previsto na Lei Orgânica e na Constituição, trata-se de um direito, não de um favor. Existe um ditado que diz que “o ano só começa depois do Carnaval”. Que nossos governantes parem de se omitir e passem a reconhecer seus erros, afinal, já estão quase encerrando o mandato e   mais um Carnaval se passou em brancas nuvens, porém o ano nunca começa de verdade. Por que será?
Fonte: Carnaval: Contribuição para Economia do Brasil, ABEOC / Sergio
Matias.

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