A Tradução de uma Cidade em um Simples Anúncio
Nino Bellieny 15/02/2016 16:12
=========================================================================================================================== gelo e fogo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Quem conhece bem Itaperuna, (e isso, grande parte dos próprios itaperunenses não conhece), sabe como a cidade é. Não só quente no sentido literal da palavra, mas, em outros múltiplos significados lembrados pelo substantivos concretos aparentemente diferentes chamados carvão e gelo: um a oferecer calor imediato e outro, a resfriar bebidas e a esfriar relações com súbita facilidade, ao sabor das conveniências, principalmente as políticas. Gelo e carvão, artigos de grande comercialização, necessários para os churrascos, as festas, a vida a ser comemorada. Carvão e gelo, opostos e parceiros, ambos queimam, basta segurá-los na palma da mão, apenas com diferença de tempo, combustão e transformação para sentir. Toda cidade tem seus mistérios. Seja grande ou pequena, aqui ou na China. Desvendá-los requer tempo e agudo senso de observação. Viver e sobreviver são exercícios diferentes de pareceres semelhantes, mas, somente isso e nada mais. Itaperuna se revela nas suas incogruências e só não vê, quem não quer ou finge não ver. Nos bairros periféricos mal iluminados, de ruas empoeiradas ou enlameadas, na precariedade de barracos ao lado de casas magníficas, nas grandes construções comerciais rodeadas por vias esburacadas, nos bairros chiques também mal iluminados e de ruas igualmente negligenciadas. Uma cidade de contrastes, trastes e luxo, pobreza e riqueza em um mesmo espaço. Um organismo vivo a crescer desordenamente. Entender Itaperuna não é para profissionais. É para amadores. Gente que ame essa gente do Caminho da Pedra Negra, gente que ame gente. O maior patrimônio desta cidade é o seu povo. Gentil, assustado, calado, sofrido, adestrado, apaixonado, apaixonante, único. Uma gente que trabalha. Que estuda. Que faz. E não recebe dignamente o tanto que merece receber, por parte de quem deve pagar. Um pagamento chamado consideração pública. Incluíndo lazer, espaços verdes, cultura, diversão, cidadania. Tanta coisa tão simples de ser oferecida se houver boa vontade. Disposição para fazer. Transformar como o carvão e o gelo se transformam. Para finalmente, ser uma cidade de verdade, onde todos tenham condições de viver como merecem viver. NinoBellieny 2aacc3ca-4f3f-4d50-9a6b-d263f4c997d9 Pode não parecer, mas, a imagem é de uma rua na sede do município de Itaperuna. Um bairro com nome, casas, vidas. Existem dezenas iguais à esta. É normal isso? Fotos-NB

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