Polícia troca tiros com civis suspeitos de envolvimento com o tráfico, na favela Malvinas, em Macaé. Um civil morreu
Tostes 27/01/2016 19:37
[caption id="attachment_348" align="alignright" width="211"]Civil morto em troca de tiros, na Malvinas, com a Polícia Militar de Macaé. Civil morto em troca de tiros, na Malvinas, com a Polícia Militar de Macaé.[/caption]

A Polícia Militar (PM) entrou em confronto armado com civis suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, nesta quarta-feira (27), na favela Malvinas, em Macaé-RJ. Um civil morreu. Um container das chamadas "Forças de Pacificação" (ideia que segue a linha das Unidades de Polícia Pacificadora, UPPs) mantido na Malvinas foi alvo de tiros. As informações foram confirmadas ao blog Na Lata pelo 32º Batalhão de Polícia Militar de Macaé, na noite desta quarta-feira. O civil morto, que chegou a ser levado para o Hospital Público de Macaé (HPM), foi um jovem de apelido Gadernal. Moradores afirmaram que uma van cheia de policiais e dois carros da corporação seguiam, rumo à favela, por volta das 22h10 desta quarta-feira.

No ano passado, em junho, um container da Polícia mantido no mesmo local foi alvo de tiros. Os casos estariam relacionados à guerra ao tráfico de drogas, mantida pela política de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia, o jovem morto nesta quarta-feira estaria com alguma quantidade de maconha. A Malvinas conta, desde 2012, com uma Unidade de Pacificação. A favela possui uma média de 20 mil moradores. Além da Malvinas, a favela Nova Holanda também possui módulo das Forças de Pacificação.

Veja, abaixo, um vídeo em que o delegado de Polícia Civil Orlando Zaccone, porta-voz da Leap Brasil (organização formada por agentes da lei que são contra a proibição das drogas), fala sobre a violência e demais efeitos danosos gerados pela guerra ao tráfico de drogas, mantida pelo Estado.

https://www.youtube.com/watch?v=uLpx_YElD5E

NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Criadas em 2008, as UPPs foram idealizadas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro para tentar "controlar" as favelas e combater o tráfico de drogas. Os módulos de UPPs estão distribuídos em várias favelas cariocas. Dados da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro revelam que os roubos a residências cresceram 20% e os de estabelecimentos comerciais avançaram 28% (comparando 2014 e 2015) nos complexos da Penha e do Alemão, na capital, após a chegada das UPPs.

Para o integrante do coletivo Ocupa Alemão, Eduardo Souza, a guerra ao tráfico de drogas, mantida pelo Estado (com recursos que incluem as UPPs) é uma ação para controlar áreas pobres e de população negra. “O tráfico de drogas ou armas não é problema do morro. Eu moro no Alemão desde que nasci e nunca encontrei uma fábrica de drogas ou de arma aqui. Essa é uma guerra contra pobres e negros. Na favela não tem traficante; tem varejista. Os traficantes estão na Presidente Vargas, onde fica a sede da Polícia Militar do Rio de Janeiro”, disse Eduardo, em entrevista à revista Carta Capital.

[caption id="attachment_338" align="alignnone" width="640"]Módulo de UPP em Macaé-RJ. Módulo de UPP em Macaé-RJ. O projeto possui como slogan "Pacificar é a nossa meta".[/caption]  

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    Thaís Tostes

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