Em busca de soluções
José Paes 21/01/2016 17:30

A crise econômica dos municípios da região é uma realidade inquestionável, cada vez mais agravada pela constante queda na cotação do barril do petróleo, o que faz derrubar a arrecadação de suas maiores receitas, oriundas dos royalties e participações especiais.

Por diversas vezes tive a oportunidade de lamentar neste espaço a inexistência de um fundo de reserva das receitas dos royalties e participações especiais, justamente para proteger os municípios de crises como a que vivemos, na medida em que o preço do petróleo, como qualquer outra commoditie, oscila de acordo com os interesses do mercado. O aumento constante das arrecadações e a ânsia desmedida pelo poder fizeram com que todos os últimos governos gastassem como se não houvesse amanhã.

Também por diversas vezes tive a oportunidade de questionar neste espaço as medidas adotadas pelo município de Campos para minimizar os efeitos da atual crise. A venda do futuro nem de longe resolve os nossos problemas, pelo contrário, os faz agravar. Era necessário – e ainda é – um grande corte na carne, uma ampla readequação da máquina pública, das suas prioridades, como medida prioritária para amenizar os efeitos do atual quadro econômico, que todos sabemos, não é nada fácil. Isso, contudo, está longe de acontecer como deveria.

Mas não adianta apenas lamentar os equívocos distantes e mais recentes. É preciso tocar a vida, pensar no futuro e em soluções para o município sair do lamentável cenário em que se encontra.

Sempre que se toca nesse assunto, fala-se na necessidade de aumento das receitas próprias do município. Mas como fazer com que isso aconteça de outro modo que não seja através do simplório e desastroso aumento de impostos adotado pelo atual governo? Alguns falam na implementação do parque tecnológico, outros em incentivos à agricultura. Há também quem entenda que o Porto do Açu será a salvação da lavoura.

Todas essas alternativas são interessantes, mas é necessário aprofundar o debate, para que sejam encontrados os caminhos para sua implementação. O que deve ser feito para o Parque tecnológico decolar? Quais são os projetos para estimular a atividade agrícola? Quais atitudes o município de Campos deve tomar para aproveitar as oportunidades decorrentes do Porto do Açu?

É justamente pensando nisso, que o Diretório municipal do PPS, dentro do contexto da Conferência Nacional das cidades, que o Partido realizará em Vitória, no mês de março, promoverá no próximo dia 30 de janeiro um interessante debate sobre o desenvolvimento econômico, de modo que seja possível aprofundar a busca por soluções factíveis para a situação que enfrentamos. Sabemos que a tarefa não é fácil, que não há fórmula mágica para resolver os problemas, mas é com planejamento e amplo diálogo que novos rumos poderão ser tomados.

Artigo publicado na versão impressa da Folha de hoje (21/01)

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